Acusado de matar advogado por engano, no lugar do juiz Marcelo Tadeu, vai a júri popular em Maceió

Carteira de identificação do advogado Nudson Harley Mares de Freitas, morto no dia 3 de julho de 2009, em Mangabeiras — Foto: Reprodução/TV Globo

A Justiça de Alagoas marcou para as 8h do dia 31 de maio o julgamento de Antônio Wendell de Melo Guarniere, acusado de ser executor do advogado Nudson Harley, em julho de 2009. Harley teria sido morto por engano, no lugar do juiz aposentado Marcelo Tadeu. O ex-delegado-geral da Polícia Civil Paulo Cerqueira é acusado de ser mandante do crime, mas não será julgado na mesma data. Ele nega acusação.

A data do júri de Guarniere foi publicada no Diário da Justiça de Alagoas desta terça-feira (26). O júri popular será no Fórum da Capital, no Barro Duro, e será presidido pelo Juiz Geraldo Amorim.

O homicídio aconteceu por volta das 19h, em julho de 2009. O advogado Nudson Harley usava um orelhão quando, segundo a polícia, dois homens armados em uma moto chegaram atirando. O advogado era de Belo Horizonte e estava prestando serviços a uma construtora de Alagoas.

Segundo inquérito da Polícia Federal, as evidências indicam que o advogado foi morto por engano no lugar do então juiz Marcelo Tadeu. O executor do crime, Antônio Wendell Guarnieri, contou à polícia que Paulo Cerqueira, delegado da Polícia Civil, o contratou para matar Marcelo Tadeu.

O orelhão utilizado pela vítima ficava na calçada de uma farmácia em Mangabeiras, Maceió, onde o então juiz Marcelo Tadeu havia estacionado o carro. Ele saiu do veículo, mas atravessou a pista e entrou em outra farmácia, em frente ao local onde o carro ficou estacionado.

O juiz aposentado acredita que o atentado contra ele foi motivado pelas suas decisões quando atuava no judiciário, combatendo coronelismo e crimes de mando.

“Uma decisão dessa natureza, tão arbitrária e tão cruel, só pode ter relação com a minha atuação contra gangue fardada, prisão do chefe da gangue fardada, intervenção no grupo sucroalcooleiro, depois a minha intervenção em municípios do interior onde anulei títulos de eleitor”, disse o magistrado em entrevista à imprensa em 2021.

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