Diretor da ‘Playboy’ admite que revista perde com a internet, mas avisa que decisão sobre fim do nu é incerta no Brasil
A versão americana da revista “Playboy” anunciou nesta segunda-feira que vai deixar de estampar imagens de mulheres nuas em suas publicações. A justificativa é que a internet tornou a nudez desatualizada e não mais lucrativa comercialmente. O EXTRA procurou o representante da “Playboy” no Brasil para saber como essa decisão afeta o mercado daqui. Sérgio Xavier, diretor de redação da publicação, admitiu que a edição nacional da revista também sofre da mesma crise, mas informou que cada país é livre para decidir que rumo seguir.
“Não sabemos ainda como vai ser o processo nos EUA, não houve qualquer comunicado aos parceiros. Mas a ‘Playboy’ tem a tradição de respeitar muito os mercados locais, deixar que cada país decida o que é melhor e como fazer”, disse ele.
Sérgio citou como exemplos os anos 70, em que a versão brasileira da revista não tinha nu frontal nem seios completamente expostos por conta da censura.
“Lembra que nos anos 70 não tinha nu frontal nem dois seios ao mesmo tempo nas fotos da ‘Playboy Brasil? Coisas da censura”,
Sobre a decisão do editor-chefe da “Playboy” americana, de não mais publicar imagens de mulheres nuas na revista, Sérgio faz uma ressalva:
“Acho pessoalmente que faz todo sentido o que o Hefner faz. Estamos gradativamente perdendo com o nu. Mas precisaremos pensar no como fazer a transição. Teremos muito o que pensar e debater. Mas posso garantir que agora não há nada decidido. Mas no fundo é uma discussão instigante”.
No caso da versão americana, a decisão é de não acabar com os clássicos ensaios. A revista contará com as mulheres em poses provocantes, embora não totalmente nuas.
Fundada em 1953 nos EUA (ela passou a circular no Brasil em 1975), a ‘Playboy’ vem perdendo em número de circulação, caindo de 5,6 milhões, em 1970, para os atuais 800 mil exemplares, segundo números oficiais.
O site da revista já baniu a nudez, em parte, para dar-lhe o acesso a plataformas de mídia social como Facebook e Twitter. E sua popularidade aumentou, com a quadruplicação do tráfego na web.
EXTRA