Crônica: O futebol brasileiro diante do mundo
Apesar dos desacertos que existem em nosso futebol, continuamos sendo os melhores do mundo. No ranking da FIFA (Federação Internacional de Futebol Association), o Brasil perdeu o primeiro lugar. Durante muitos anos, fomos líderes no ranking. Isso, graças à Seleção Brasileira que jogou para as mais diferentes plateias estrangeiras. Nos principais estádios do mundo, há mais que um simples registro da passagem do nosso selecionado. Em cada uma dessas cidades, o Brasil se fez representar pela magia do nosso futebol. Quando o trabalho foi organizado, com planificação, disciplina, compreensão, humildade, e, acima de tudo, com um bom jogo de futebol, chegamos conquistar cinco campeonatos mundiais de futebol. Era a consagração da arte do melhor futebol em homenagem ao público do mundo inteiro que assistia pela televisão aos jogos do Brasil.
Dentro do universo imensurável do futebol, nossos craques são os mais procurados pelo rico mercado europeu. Por isso, é que nos últimos quatro anos, os jogadores eleitos como os melhores do mundo foram brasileiros.
Infelizmente, o sucesso do futebol brasileiro fica apenas dentro do campo de jogo. Seus dirigentes, normalmente amadores, usam mais o coração que a razão. Os países europeus primam pela organização de seus campeonatos, onde o calendário é oferecido aos torcedores antes do início de cada temporada, e cumprido à risca. Os brasileiros primam pela desorganização. Não existe calendário e, as regras e regulamentos, nem sempre são cumpridas.
E tudo começou com Charles Miller em 1894, quando ele chegou ao Brasil com uma bola e as regras que eram jogadas no futebol da Inglaterra. Passados mais de um século, a maior paixão nacional ainda continua engatinhando no profissionalismo e na modernidade. Mesmo assim, o talento existe. Pelos poucos campinhos da várzea e do interior, ainda surgem bons jogadores a cada dia. A maioria apaga cedo e afunda na incompetência e no amadorismo dos dirigentes. Também no futebol, o Brasil é um gigante que mal sabe caminhar.
Lauthenay Perdigão