Há dezessete anos Alagoas perdia uma de suas maiores expressões: Josmário Silva

Há dezessete anos, no dia 20 de novembro de 2007, Alagoas perdia um dos seus maiores ícones da comunicação radiofônica, Josmário de Araújo Silva.

Iria-se também, nessa data, a eloquência, o destemor, a coerência, o conhecimento das causas, o respeito ao ser humano e o amor e verdade em se fazer Rádio.

Foi-se Josmário Silva, exemplo de homem de comunicação, decência e hombridade; professor, sem querer se valer desse título, porém, referência para tantos quantos com ele aprenderam o real valor do rádio, sua importância para o crescimento de qualquer sociedade e a paixão por tudo o que se faz com amor e determinação.

Foi esse o Josmário a quem o ouvinte – seu público – admirou, respeitou e foi fiel. Os boletins da “MARCHA DAS APURAÇÕES”, eleição após eleição, só tinham talvez a veracidade necessária quando se ouvia dele: “A VONTADE DO POVO, A VERDADE DAS URNAS”.

No futebol, fosse como repórter, narrador ou comentarista, não abria mão de sua paixão por Palmeira dos Índios e pelo CSE. E ninguém mais do que ele, no meio jornalístico defendeu essa Terra, além de suas causas e convicções. Essa herança é tão grande que se tornou uma marca da radiodifusão, não só palmeirense, mas de todo lugar ou região em que ele, bravamente, defendeu, encarando um microfone, com força e coerência, apenas o que acreditava ser justo e correto.

Dezessete anos se passaram da sua “partida”, mas realmente parece que foi ontem. A sua distância dos nossos rádios nos faz muita falta. O que ainda nos acalenta, é saber que você existiu e contribuiu demais para a construção de uma sociedade melhor.

Histórico

Josmário de Araújo Silva nasceu em Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, no dia 30 de dezembro de 1948. Filho da professora Erotildes de Araújo Silva e do pedreiro José Pedro Silva, de família humilde, que criaram o filho com muita dignidade.

Iniciou seus estudos na Escola Estadual Almeida Cavalcante. Em seguida, estudou na Escola da Professora Ananete Lima de Macedo, no Colégio Pio XII e no Colégio Estadual Humberto Mendes.

Casou-se em 1973 com Maria das Graças Duarte Silva com quem teve três filhas: Gracyelle Duarte Silva, Grazianne Maria Duarte Silva e Gabriella Maria Duarte Silva.

Sua vida profissional no rádio teve início em 1971 na Rádio Educadora Sampaio AM, onde trabalhou por 23 anos. Trabalhou também nas principais emissoras alagoanas das cidades de Penedo, Arapiraca, Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios; ele chegou a atuar ainda nas rádios Meridional AM e Jornal AM, ambas em Garanhuns, interior do estado de Pernambuco; ele inaugurou as rádios Delmiro AM e FM, ambas em Delmiro Gouveia, sertão de Alagoas. Em1996 retornou à sua cidade natal para comandar o programa “A Vez do Povo”, na Rádio Palmeira FM, recém inaugurada.

Josmário Silva era um profissional completo, atuava em várias áreas dentro do rádio, desde programas jornalísticos até narração de jogos, uma de suas paixões.

Marcado pela irreverência e tiradas, certo dia realizou transmissão do programa “A vez doPovo”, diretamente do cemitério São Gonçalo, numa sexta-feira, 13, no intuito de entregar kits de proteção aos coveiros.

Atuou como integrante do Sindicato dos Radialistas Profissionais de Alagoas e da Associação de Cronistas Desportivos de Alagoas (ACDA). Recebeu várias homenagens e prêmios ao longo de sua vida profissional.

Em 1994, por exemplo, recebeu em Salvador (BA) o troféu Bola de Ouro, concedido pela FIFA como melhor cronista desportivo do ano. Em 2006 ganhou o Prêmio Odete Pacheco, realizado pela Eventur’s, como um dos melhores radialistas do Estado.

Em 2007, último ano de vida, recebeu a comenda Luiz Byron Passos Torres na Festa dos ex-alunos e ex- professores do Colégio Pio XII.

Ao longo de sua carreira construiu amizades dentro e fora do rádio.  Além disso, seu trabalho está imortalizado nos discípulos que aprimorou nos diversos meios de comunicação.

No dia 20 de novembro de 2007, o rádio alagoano perdeu uma das suas maiores expressões, em função da brilhante trajetória construída.

Se calava uma das vozes mais potentes, vibrantes e afinadas da história Rádio Palmeirense, Alagoano, Nordestino e principalmente Brasileiro.

Veja documentário: