Ginecologista é denunciado por violência sexual durante atendimentos em AL
O Ministério Público de Alagoas denunciou um médico ginecologista, suspeito de violações sexuais cometidas durante o exercício da profissão. Ele foi apontado como autor de práticas configuradas nos artigos 215 (violação sexual mediante fraude) e 215-A (importunação sexual) do Código Penal.
A denúncia foi recebida pelo Tribunal de Justiça após análise detalhada dos elementos apresentados pelo Ministério Público, que inclui depoimentos das vítimas e demais provas colhidas no inquérito policial. O TJ entendeu que a peça acusatória atende aos requisitos legais do artigo 41 do Código de Processo Penal, descrevendo com clareza os fatos e apontando indícios suficientes de autoria e materialidade dos crimes. No âmbito do MPAL, o caso está sendo acompanhado pelo promotor de Justiça José Carlos Castro.
Segundo o MPAL, no decorrer de atendimentos realizados na UBS Felício Napoleão, no bairro Jacintinho, no ano de 2022 e 2023, duas pacientes relataram haver sido vítimas dos atos libidinosos realizados pelo profissional, sem compatibilidade com sua condição de médico, o que motivou a apuração no âmbito administrativo da ocorrência e posterior investigação em inquérito policial.
Ambos os episódios envolvem condutas abusivas praticadas pelo profissional em sua relação de confiança com as pacientes. Também houve relatos de que outras vítimas também teriam sofrido abusos semelhantes durante o atendimento, mas que não quiseram formalizar a denúncia.
Medidas cautelares – Considerando a gravidade das acusações e os riscos de reiteração delitiva, o juiz Josemir Pereira de Souza, da 4ª Vara Criminal, determinou a suspensão do exercício da função pública, proibição de exercício da medicina e proibição de aproximação e contato com vítimas e testemunhas.
A ordem já foi comunicada aos órgãos competentes, como a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas e ao Conselho Federal de Medicina, para a execução das medidas. A denúncia tramita sob segredo de justiça para resguardar as partes envolvidas.