Entenda o que levou a PF a prender delegado de Alagoas por prejudicar investigação

 

Preso nesta quarta-feira (18), pela Polícia Federal, o delegado Daniel Mayer, chefe da Diretoria da Polícia Judiciária da 1ª Região, da Polícia Civil de Alagoas (PC/AL), virou réu por fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade no processo que investiga o assassinato do empresário Kleber Malaquias.

Segundo o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), o delegado inseriu provas forjadas e produzidas em combinação com outros envolvidos no intuito de alterar a verdade dos fatos, objetivando induzir a erro o corpo de jurados, os juízes e a própria sociedade. “Tais fatos foram demonstrados após a descoberta, judicialmente autorizada, que comprovou a troca de favores em beneficio da fraude”, afirmou o órgão ministerial.

O Ministério Público também informou que obteve conversas reveladoras. “Elas mostraram uma conspiração conduzida pela autoridade policial para incriminar falsamente uma pessoa já assassinada, tudo com o intuito de proteger os verdadeiros autores do crime, em um provável conluio com os investigados, aplicando um verdadeiro golpe à Justiça, inesperado de qualquer autoridade pública, especialmente de um delegado de polícia”, detalharam os promotores.

Para o MPAL, é de interesse social o conhecimento do fato porque o tipo de conduta foi considerada de “extrema reprovabilidade e gravidade, praticado por uma autoridade cuja missão é proteger e combater a criminalidade e não lhe servir de amparo”.

Comprovação veio após o adiamento do júri

De acordo com os promotores, no decorrer do julgamento pelo homicídio de Kleber Malaquias, ficou evidente, por ação da defesa dos réus, que instituições foram instrumentalizadas por criminosos para fins ilícitos.

“A prisão deste delegado de alto escalão da Polícia Civil de Alagoas ocorreu após a custódia preventiva e a denúncia de um agente de polícia civil, também envolvido no crime, o qual representa o elo central para a identificação dos mandantes do homicídio”, informaram os promotores Lídia Malta e Kleber Valadares.

O MPAL acrescentou que novas medidas serão tomadas para identificar a participação de outros envolvidos nos crimes imputados ao delegado, uma vez que as investigações continuarão a se aprofundar, com o objetivo de individualizar as condutas dos demais cúmplices.

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