PF indica André Janones por suspeita de rachadinha em gabinete

 

A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado André Janones (Avante-MG) na investigação que apura um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete.

Janones foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, peculato e corrupção passiva.

O relatório final do inquérito foi enviado nesta quinta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O relator é o ministro Luiz Fux.

Além do deputado, também foram indiciados dois ex-assessores do congressista.

O termo “rachadinha” é usado para descrever a prática de repasse de parte da remuneração de um assessor ou servidor público para o parlamentar ou partido que emprega o funcionário.

De acordo com a investigação da PF, houve um aumento patrimonial de Janones em um patamar que seria incompatível com suas receitas.

“Nos anos próximos ao período em que a reunião foi gravada, a diferença entre as receitas e as despesas do deputado federal André Janones não seria suficiente para justificar o aumento patrimonial registrado”, diz o relatório da PF.

“Esse fato, somado com os demais elementos coletados durante a investigação, reforça o entendimento da Polícia Judiciária sobre a prática popularmente conhecida como ‘rachadinha’ no gabinete do deputado federal André Janones, a qual, salvo melhor juízo, se enquadra no crime previsto no artigo 317 do Código Penal (corrupção passiva)”.

De acordo com os investigadores, o indiciamento se baseia em provas como depoimentos, análises de inteligência financeira, de dados bancários e fiscais.

Segundo a PF, Janones é o “eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira”. A conduta criminosa teria começado de forma “coincidente” com o começo de seu mandato.

Entenda

A decisão de abrir o inquérito sobre o caso foi tomada por Fux no começo de dezembro de 2023, depois de um pedido da PGR.

A subprocuradora Ana Borges Coêlho Santos, que assinou o pedido encaminhado ao STF na ocasião, afirmou que era necessário esclarecer se Janones se associou a assessores com o objetivo de cometer crimes contra a administração pública.

O  deputado teria pedido aos funcionários uma vaquinha para ser usada nas eleições de 2020. O deputado nega qualquer irregularidade.

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