Reforma administrativa de Lula: Impactos nos servidores e principais propostas
Por Alessandra Conceição
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta o desafio de responder às demandas do Congresso Nacional e do empresariado por meio de uma reforma administrativa no início do segundo ano do seu terceiro mandato. As propostas do governo incluem a reestruturação de carreiras, a digitalização de serviços e a limitação de supersalários, sinalizando um compromisso com a eficiência dos gastos públicos.
Embora a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad, não veja a reforma como o principal mecanismo de contenção de gastos, acredita-se que mudanças são necessárias para aprimorar o serviço público. Em contraste com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32/2020, o governo busca implementar reformas infraconstitucionais ao longo de 2024, rejeitando o apoio à PEC parada na Câmara desde setembro de 2021.
Entre as iniciativas em andamento, destaca-se o Programa de Gestão de Desempenho (PGD), que regulamentou o teletrabalho no funcionalismo público federal, permitindo o home office permanente ou parcial. O governo também expressou apoio ao projeto que limita supersalários (PL nº 6.726/2016) e realizou reestruturações pontuais em carreiras específicas, como os servidores da Funai e os analistas em Tecnologia da Informação.
Além disso, o Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”, está programado para maio, buscando selecionar mais de 6 mil servidores para 21 órgãos da administração pública. A digitalização dos serviços públicos e a não concessão de reajustes salariais em 2024 são outras medidas adotadas para promover a eficiência e o compromisso com a responsabilidade fiscal.
Os próximos passos incluem a avaliação e regulamentação contínua do PGD, a possível realização de novas edições do CNU e o apoio a projetos que buscam alterar as regras para concursos públicos. A decisão de não conceder reajustes salariais em 2024 é vista como uma demonstração do comprometimento do governo com a contenção de gastos. O ministro Fernando Haddad e a ministra Esther Dweck discutiram o assunto recentemente, mas nenhuma declaração pública foi feita após a reunião.