Conselho Superior do MP-AL decide por novo afastamento do promotor Coaracy Fonseca
O Conselho Superior do Ministério Público Estadual de Alagoas (MP-AL) decidiu por um novo afastamento, desta vez por 120 dias, do promotor de Justiça de Alagoas Coaracy Fonseca. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Ministério Público nesta terça-feira (26).
No dia 27 de setembro deste ano, Fonseca havia sido afastado do cargo por 60 dias, também por decisão do Conselho. Na nova decisão, a alegação é de que ele permaneceu cometendo atos incompatíveis com o exercício do cargo. O Colegiado não divulgou quais foram as atitudes que levaram os afastamentos.
Nas redes sociais, o promotor diz estar sendo vítima de perseguição. (veja postagem no final do texto)
A decisão do afastamento cita que atos do promotor causaram a aplicação de penalidades administrativas, por duas ocasiões, pela Corregedoria Geral do Ministério Público de Alagoas. Também houve a instauração de três inquéritos administrativos contra o promotor, sendo um deles o que causou o afastamento por 60 dias.
A publicação traz ainda que uma representação formulada pelo defensor geral-público do Estado, atribuindo a Fonseca a prática de ilícito penal e, ainda, comportamento incompatível com o desempenho do cargo.
Também cita a proposta de ação penal que tramita no Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, na qual se apura o cometimento do crime de prevaricação. “Não se admitir que o agente público, valendo-se das prerrogativas do cargo, aja em proveito próprio; Não se conceber que o cidadão alagoano e suas instituições estejam submetidos à fiscalização e controle de servidor público em aparente crise de instabilidade psíquica”, pontua o texto.
A decisão, por unanimidade do Conselho pelo afastamento cautelar e, ainda, determinou a instauração de procedimento administrativo, para que Fonseca seja submetido à avaliação médico-psiquiátrica. A nota diz ainda que os serviços da Promotoria de Justiça que Fonseca era titular estão em pleno funcionamento.
Em sua rede social, o promotor diz que recebeu a decisão com indignação e que constitui um pré-julgamento. “É lamentável, seus integrantes não poderão emitir qualquer decisão administrativa a meu respeito, fui julgado pelo colegiado sem contraditório e ampla defesa. Palavras e frases infelizes foram lançadas sobre mim, que ferem a minha reputação e a minha honra.”, diz o texto.
Apesar do Conselho Superior do Mp-AL não ter divulgado o motivo do afastamento, Fonseca disse que levou a um canal de comunicação a notícia sobre grampos ilegais em Alagoas. Sobre isso, ele disse que não houve nenhum crime e que está sendo vítima de perseguição.
A assessoria do MP-AL informou que o afastamento foi um ato Conselho Superior e que o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar, não iria se pronunciar sobre o caso.