Após matar a irmã, homem abusa de sobrinha e a mantém em cárcere privado
A Polícia Civil confirmou que considera a morte da cabeleireira Sandra Maria Sousa Moraes, 39 anos, como o 32º feminicídio do ano no Distrito Federal. A vítima foi morta pelo próprio irmão no último sábado (23/11), segundo os agentes que investigam o caso.
O acusado é o pedreiro Danilo Moraes Gomes, que está foragido desde segunda-feira (25/11). De acordo com a PCDF, ele é suspeito de usar um fio de conexão à internet para enforcar a irmã.
Em seguida, pediu ajuda ao sobrinho, Brendo Sousa Moraes, 21 anos, filho da vítima, para esconder o corpo no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires, onde moravam.
Para convencer o sobrinho a ajudá-lo, Danilo teria dito que a autora do crime era a irmã de Brendo e filha de Sandra. O jovem está preso, acusado de ocultação de cadáver.
Agentes da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) chegaram ao suspeito após denúncia da filha de Sandra, feita na segunda-feira. Segundo ela, Danilo tinha tentado convencê-la de que Brendo havia matado a prórpia mãe e que, a partir de então, os três deveriam morar juntos, mantendo a história em segredo.
Abuso e cárcere privado
Em seguida, ele teria molestado a moça e a mantido em cárcere privado, dentro de casa. Apenas dois dias depois, quando Danilo saiu de casa para trabalhar, que ela conseguiu fugir com a ajuda de uma amiga e ir até a delegacia fazer a denúncia, ainda sem a certeza da morte da mãe.
Os policiais então seguiram para a casa de Danilo, que, ao ver a aproximação dos agentes, fugiu correndo por uma área de mata ao lado, parte do Parque Nacional. Brendo estava em casa e, finalmente o crime foi confirmado. Ele mostrou aos policiais o local onde o corpo estava enterrado.
Em depoimento, o rapaz relatou que, no sábado, foi abordado pelo tio, que acusou a irmã de Brendo do crime e o convenceu a esconder o corpo, para que a jovem não fosse presa. O rapaz está preso em flagrante. A pena para ocultação de cadáver varia de um a três anos de prisão.
Danilo é procurado da Justiça do estado do Maranhão. Ele estava preso na capital do estado, São Luís, pelo estupro e assassinato de uma mulher, também usando um fio de internet. Contudo, conseguiu fugir do presídio de Pedrinhas.
Combate à violência
Nesta segunda-feira, teve início a campanha com os 16 dias de ativismo para eliminação da violência contra a mulher. Criada em 1991, por ativistas do Instituto Liderança Global das Mulheres, a ação tem o objetivo de mobilizar a sociedade e organizar ações para prevenir e eliminar esses crimes.
Na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), houve a primeira sessão da CPI do feminicídio, com a sabatina do secretário de Segurança Pública, Anderson Torres. Além disso, mulheres se reuniram com o deputado distrital Leandro Grass (Rede), em uma roda de conversa debatendo avanços e desafios na rede de apoio.
Onde procurar ajuda
Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência — Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República
Telefone: 180 (disque-denúncia)
Centro de Atendimento à Mulher (Ceam)
De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h
Locais: 102 Sul (Estação do Metrô), Ceilândia, Planaltina
Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)
Entrequadra 204/205 Sul – Asa Sul
(61) 3207-6172
Correio Braziliense