Em domiciliar, Maluf liga por engano a repórter, procurando ministro
O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), preso em regime domiciliar desde abril deste ano, foi protagonista de uma confusão nessa quarta-feira (8/8). O parlamentar tentou fazer contato com um ministro (ainda não identificado), mas acabou ligando, por engano, para um telefone do jornal Valor Econômico. Segundo a Justiça paulista, ao realizar o telefonema, o ex-prefeito de São Paulo infringiu uma das condições impostas a ele para permanecer fora da cadeia.
De acordo com o Valor, entre 8h45 e 9h24 dessa quarta, o deputado ligou cinco vezes para um número de celular do jornal, o qual ele pensava pertencer a um ministro. De acordo com o repórter que o atendeu, o parlamentar ficou surpreso ao entender a situação. “Esse número não é do ministro?”, indagou Maluf.
Segundo a reportagem, o diálogo durou pouco mais de um minuto e o deputado não chegou a especificar com qual ministro gostaria de falar, mas revelou sentir-se bem e estar, no momento do telefonema, em uma sessão de fisioterapia. “Não é fácil transformar um carro velho em uma Ferrari novamente”, brincou.
A ligação de Maluf aconteceu na véspera de a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidir adiar, mais uma vez, o pedido para cassar o mandato do parlamentar. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a prisão do ex-prefeito de SP em dezembro de 2017, mas seus pares pediram vista coletiva do caso para coletar mais informações sobre o processo.
Outro lado
A Vara das Execuções Criminais do Fórum Criminal Central de São Paulo, responsável por fiscalizar e estabelecer as regras do regime domiciliar do deputado, informou que Maluf não poderia fazer ligações, pois deve seguir “as mesmas restrições às quais teria [de obedecer] se estivesse cumprindo sua pena no regime fechado”.
A própria defesa do deputado mostrou-se surpresa com o fato de ele realizar telefonemas. “A defesa esclarece que tem orientado Maluf rigorosamente a não manter contato com pessoas não autorizadas, salvo situação excepcional e de urgência, que deverá ser imediatamente comunicada ao juízo de execuções na sequência”, disse o advogado.
Metrópoles