PF diz que advogado preso em operação em Maceió recebeu mais de R$ 400 mil do INSS ilegalmente
Um advogado suspeito de integrar o esquema de fraudes previdenciárias investigado pela Operação Partenon, realizada nesta terça-feira (24) pela Polícia Federal em Alagoas, recebia pensões mensais de mais de R$ 4 mil, mas continuava trabalhando. Os pagamentos irregulares feitos a ele desde 2008 passam de R$ 400 mil.
O suspeito, que não teve o nome revelado, foi preso durante o cumprimento de seis mandados de busca e apreensão nesta manhã. Segundo a PF, ele não tinha mandado de prisão, mas foi flagrado com uma arma sem registro e autuado por posse ilegal. Diversos documentos e computadores também foram apreendidos.
Segundo o delegado Alexandre Borges, mesmo recebendo o benefício, o advogado não deixou de atuar em processos. “Ele ainda vinha atuando como advogado, fazendo sustentações orais que foram filmadas por nossa equipe, comprovando que ele está apto para o trabalho”, disse em entrevista ao AL TV 1ª Edição.
As investigações apontam que foi montada uma associação criminosa especializada em fraudar benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), com envolvimento de um escritório de advocacia e possível participação de uma servidora do INSS, investigada sob suspeita de facilitar a concessão dos benefícios irregulares.
O advogado preso recebeu há 10 anos a primeira pensão, mas ela foi suspensa e voltou a ser paga em 2011. Segundo a PF, desde então ele vinha recebendo o benefício ininterruptamente. A suspeita é de que pelo menos cinco pessoas tenham se beneficiado do esquema.
A PF ainda investiga quanto a organização criminosa movimentou ao todo. O que se sabe até agora é que as pensões pagas mensalmente ao advogado causaram um prejuízo de R$ 443.835,84 à Previdência Social. Com o fim do esquema, a economia anual estimada é de mais de R$ 1.792.563,24.
“Essa investigação está [acontecendo] desde 2016. Começou com uma denúncia anônima e nós aprofundamos as investigações. Deixaram uma carta aqui no protocolo [da sede da PF] e acabamos descobrindo que a quadrilha estava fraudando o INSS, isso com participação de uma servidora”, explicou o delegado da PF Alexandre Borges.
O material apreendido vai passar por perícia para que a investigação tenha novos desdobramentos.
G1