Conheça os principais pré-candidatos à Presidência já declarados
A eleição é em outubro, e o registro oficial dos candidatos é só em agosto. Mas a movimentação de políticos e partidos já é forte em torno de nomes para disputar a sucessão do presidente Michel Temer na Presidência da República.
Pelo menos 17 políticos formam uma lista de pré-candidatos declarados ao cargo. Há também políticos que se colocaram à disposição dos partidos, mas ainda não viraram pré-candidatos, e aqueles que já desistiram da disputa (veja lista abaixo em ordem alfabética).
PRÉ-CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA:
Aldo Rebelo (Solidariedade)
Aldo Rebelo foi deputado federal por seis mandatos consecutivos (1991 a 2015) e presidiu a Câmara entre 2005 e 2007. De 2004 a 2005, foi ministro das Relações Institucionais no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na gestão Dilma Rousseff, comandou os ministérios do Esporte, da Ciência e Tecnologia e da Defesa.
Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), foi filiado por 40 anos ao PCdoB, partido que deixou em 2017 para se filiar ao PSB. Em 8 de janeiro de 2018, enviou carta ao presidente do PSB, Carlos Siqueira, na qual pôs o nome à disposição do partido para disputar a Presidência, mas deixou a legenda pouco depois por discordar da entrada do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.
Em abril, Aldo Rebelo foi lançado pré-candidato à Presidência da República pelo Solidariedade, partido de Paulinho da Força.
Alvaro Dias (Podemos)
Alvaro Dias (Podemos-PR) cumpre o quarto mandato de senador (três consecutivos desde 1999 e um de 1983 a 1987). Entre 1987 e 1991, foi governador do Paraná. Começou a carreira política no PMDB.
Depois passou por PST e PP, até se filiar ao PSDB, em 1994. Em 2001, foi expulso por agir contra orientações do partido, mas retornou em 2003 e voltou a sair em janeiro de 2016, para entrar no PV. No ano seguinte foi para o Podemos, antigo PTN, partido pelo qual anunciou a pré-candidatura à Presidência da República em novembro, durante evento no Rio de Janeiro.
Ciro Gomes (PDT)
Atual vice-presidente do PDT, Ciro Gomes foi ministro da Fazenda entre setembro de 1994 e janeiro de 1995, período do final do governo de Itamar Franco e início do governo Fernando Henrique Cardoso. Foi também ministro da Integração Nacional, entre janeiro de 2003 e março de 2006, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Disputou a Presidência duas vezes (1998 e 2002, derrotado em ambas). Foi governador do Ceará, prefeito de Fortaleza e deputado estadual e federal pelo Ceará. Já se filiou a sete partidos (PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PROS e PDT).
Cristovam Buarque (PPS)
Cristovam Buarque é ex-governador do Distrito Federal (1995 a 1999) e ex-ministro da Educação (2003-2004, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva). Exerce o segundo mandato de senador.
É formado em engenharia mecânica, tem mestrado em ciências econômicas e doutorado em economia e desenvolvimento. Também já foi reitor da Universidade de Brasília (UnB), entre 1985 e 1989. Antes de entrar no PPS, foi filiado ao PT e ao PDT.
Eymael (DC)
José Maria Eymael disputou quatro vezes a Presidência da República (1998, 2006, 2010 e 2014, derrotado em todas). Deputado federal constituinte, Eymael exerceu dois mandatos na Câmara dos Deputados (entre 1987 e 1995). Em 2012, disputou a Prefeitura de São Paulo, ficando em 11º lugar, com 5,3 mil votos.
Está filiado ao DC, sigla para Democracia Cristã, partido que anteriormente era chamado de PSDC. Ficou conhecido pelo jingle “Ey, Ey, Eymael, um democrata cristão”, lançado em 1985, quando se candidatou a prefeito de São Paulo pela primeira vez. É o atual presidente do DC. Sua pré-candidatura à Presidência foi anunciada em 15 de março no Acre.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O atual governador de SP foi definido como pré-candidato à Presidência pelo PSDB depois de ser o único a se candidatar para disputar as prévias do partido. Médico de formação, Geraldo Alckmin começou a carreira pública em Pindamonhangaba, onde se elegeu vereador em 1973.
Depois, foi prefeito da cidade e deputado estadual e federal por São Paulo. Em 1986, se elegeu deputado constituinte federal. Em 1988, deixou o PMDB, partido que integrava até então, para fundar o PSDB. Em 2001, assumiu o governo de São Paulo após a morte do então governador Mário Covas. Se reelegeu em 2002.
Em 2006, Alckmin disputou a Presidência e perdeu para o então presidente Lula. Em 2010, elegeu-se novamente para o governo de São Paulo, reeleito em 2014. Em dezembro de 2017, foi eleito presidente nacional do PSDB e anunciou a pré-candidatura para o Palácio do Planalto.
Guilherme Boulos (PSOL)
Coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos foi lançado pré-candidato pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) no dia 10 de março. Completa a chapa como candidata à vice-presidente a ativista indígena Sônia Guajajara.
Boulos teve sua filiação ao partido formalizada cinco dias antes do anúncio e foi escolhido em conferência disputada com outros três nomes: Plínio de Arruda Sampaio Jr., Hamilton Assis e Nildo Ouriques.
Formado em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Boulos tem 35 anos e, antes de se tornar líder do MTST, foi militante estudantil na União da Juventude Comunista.
Henrique Meirelles (MDB)
Henrique Meirelles foi anunciado pré-candidato pelo MDB à Presidência da República em 22 de maio de 2018. Meirelles foi ministro da Fazenda do governo Michel Temer e fez carreira como executivo da área financeira, com atuação internacional. Ocupou presidente do Bank of Boston no Brasil entre 1984 e 1996, quando foi escolhido para presidente mundial da companhia. Em abril deste ano, Meirelles trocou o PSD pelo MDB, mirando uma pré-candidatura à Presidência.
Em 2002, se elegeu deputado federal pelo PSDB de Goiás. Em 2003, assumiu a presidência do Banco Central, escolhido pelo então recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Comandou o BC até 2010, quando terminou o governo Lula.
Voltou a integrar o governo em 2016, como ministro da Fazenda, convidado Temer, que assumiu após o afastamento e posterior impeachment de Dilma Rousseff. Meirelles tem participado frequentemente de eventos em igrejas, entidades e associações, mas já disse que só decidirá em abril se pretende lançar pré-candidatura a presidente.
Jair Bolsonaro (PSL)
Jair Bolsonaro é militar da reserva e cumpre o sétimo mandato consecutivo como deputado federal. Em 5 de janeiro, saiu do PSC, anunciou filiação ao PSL e pré-candidatura a presidente pelo partido, nona legenda à qual se filiou. É réu em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta prática de apologia ao crime de estupro e por injúria.
Em 2014, ele afirmou que só não estuprava a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela “não merece”. Em razão do episódio, o STF abriu em 2016 ação penal contra o deputado. A defesa argumentou que ele tem imunidade parlamentar e não incentivou outras pessoas a estuprar.
João Amoêdo (Novo)
O empresário carioca de 55 anos fez carreira como executivo de empresas e, em novembro do ano passado, foi anunciado como pré-candidato a presidente do Partido Novo. João Amoêdo é um dos fundadores da sigla, que presidiu entre setembro de 2015 e julho de 2017, quando se afastou por causa da pré-candidatura.
Formado em Engenharia Civil e Administração, teve a maior parte da atuação profissional em instituições financeiras. Foi vice-presidente do Unibanco e membro do conselho de administração do Itaú-BBA. Em 2011, passou a integrar o Conselho de Administração da construtora João Fortes. No mesmo ano, participou da fundação no Partido Novo.
João Vicente Goulart (PPL)
Filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964, o pré-candidato do Partido Pátria Liver (PPL), João Vicente Goulart, fundou um instituto em homenagem ao pai e disputará a Presidência da República pela primeira vez. Ele é autor do livro “Jango e Eu: Memórias de um exílio sem volta”.
Segundo a revista “Época”, João Vicente Goulart decidiu deixar o PDT no ano passado devido à insatisfação vom o atual presidente da sigla, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi.
Na nota em que anunciou a pré-candidatura, o PPL afirma que o país vive um momento de “miséria, desindustrialização, devastação dos serviços públicos, terrível insegurança pública e o mais lastimável espetáculo de decadência moral”.
Levy Fidelix (PRTB)
Formado em jornalismo, Levy Fidelix foi candidato a presidente da República em três eleições (1994, 2010 e 2014), mas nunca chegou ao segundo turno. Trabalhou na campanha de Fernando Collor à Presidência em 1989 e, desde então, também disputou eleições para deputado federal por São Paulo, vereador e prefeito, mas jamais se elegeu.
Em 2014, prometeu que, se eleito presidente, acabaria com os impostos sobre remédios. Em 26 novembro de 2017, lançou pré-candidatura para disputar a Presidência pela quarta vez.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O metalúrgico e ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva pretende se candidatar à Presidência pela sexta vez. Ocupou o cargo por dois mandatos consecutivos (2003-2006 e 2007-2010) e conseguiu eleger como sucessora a ex-ministra Dilma Rousseff – que se reelegeu em 2014 e governou até 2016, quando sofreu impeachment.
Fundador do PT em 1980, foi o primeiro presidente do partido. Em 1986, se elegeu deputado federal constituinte por São Paulo.
Em julho do ano passado, Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo da Lava Jato envolvendo um triplex em Guarujá (SP).
Ele recorreu à segunda instância, que manteve a condenação e aumentou a pena para 12 anos de um mês. Lula nega todos os crimes e diz ser inocente. No dia seguinte à condenação no TRF-4, o PT anunciou Lula como pré-candidato à Presidência.
Manuela D’Ávila (PCdoB)
A jornalista de 36 anos Manuela D’Ávila iniciou a carreira política no movimento estudantil e foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 2003. Em 2004, se elegeu vereadora em Porto Alegre.
Dois anos depois, em 2006, foi eleita deputada federal, reeleita em 2010. Desde 2015, é deputada estadual no Rio Grande do Sul. A pré-candidatura à Presidência da República foi anunciada em 5 de novembro de 2017 pelo PCdoB. Ela disputou ainda duas vezes a prefeitura de Porto Alegre, em 2012 e 2016, mas não foi eleita.
Será a primeira vez que o partido tem candidatura própria desde 1989. Até então, o PCdoB tinha integrado coligações encabeçada pelo PT e apoiado candidatos petistas como Lula e Dilma Rousseff.
Marina Silva (Rede)
Marina Silva foi deputada estadual no Acre (1991-1994) e senadora pelo mesmo estado por dois mandatos (1995 a 2010). Ela se licenciou do Senado de 2003 a 2008, quando ocupou o cargo de ministra do Meio Ambiente no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Filiada ao PT desde 1986, deixou a legenda em 2009 para se filiar ao PV, partido pelo qual concorreu à Presidência em 2010, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2014, se candidatou novamente, desta vez pelo PSB.
À época, era vice na chapa encabeçada por Eduardo Campos, mas assumiu a candidatura após a morte dele em um acidente aéreo. Ficou em terceiro lugar. Anunciou pré-candidatura à Presidência em 2 de dezembro de 2017 durante encontro do partido Rede Sustentabilidade, do qual é fundadora.
Rodrigo Maia (DEM)
Atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) está no quinto mandato consecutivo como deputado federal. Assumiu a presidência da Câmara no ano passado, depois que o então presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renunciou ao cargo – e depois foi cassado.
Em 2017, Rodrigo Maia presidiu o DEM, partido que ajudou a fundar. É filho de Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, e casado com Patricia Vasconcelos, enteada de Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
A pré-candidatura à Presidência de Rodrigo Maia foi anunciada pelo DEM no dia 8 de março.
Valéria Monteiro (PMN)
Jornalista e ex-apresentadora do Jornal Nacional e do Fantástico nos anos 1990, Valéria Monteiro se filiou ao PMN em 12 de janeiro, em ato na Câmara Municipal de São Paulo. Atualmente é dona de uma produtora.
Em setembro, quando ainda não estava filiada a partido político, anunciou que pretendia disputar a Presidência da República.
POSSÍVEIS PRÉ-CANDIDATOS
Veja quem se colocou à disposição para uma pré-candidatura à Presidência ou que foi apontado pelo partido como possível postulante:
Paulo Rabello de Castro (PSC)
Paulo Rabello de Castro é economista. Foi presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e é o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em outubro de 2017, filiou-se ao PSC. Segundo a assessoria do partido, é o único nome em análise para uma eventual candidatura própria.
Ele, porém, ainda não anunciou se disputará a Presidência, mas tem aparecido em propagandas do partido na TV e participado de eventos do PSC. Em novembro do ano passado, ao ser questionado sobre o assunto, não descartou a possibilidade de concorrer. É apontado pelo PSC como o nome do partido.
DESISTENTES / DIZEM QUE NÃO VÃO SE CANDIDATAR
Alguns pré-candidatos desistiram de suas inteções de concorrer à Presidência ou dizem que não vão mais se candidatar. Veja quem já saiu da disputa:
Arthur Virgílio (PSDB)
O atual prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, enviou uma carta ao PSDB em outubro de 2017 anunciando a intenção de disputar com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a indicação para ser o candidato do partido a presidente da República. Na época, ele propos que a escolha do nome do PSDB fosse por prévias, o que ainda não estava decidido.
No dia 23 de fevereiro deste ano, depois de marcadas as prévias pelo PSDB, Arthur Virgílio desistiu de disputar a indicação. Como o prazo de inscrição de pré-candidatos as prévias se encerrou em 5 de março e ninguém mais se inscreveu, Geraldo Alckmin se tornou o único pré-candidato do PSDB à Presidência da República.
Flávio Rocha (PRB)
O PRB anunciou em uma nota, publicada em 13 de julho deste ano, a retirada da pré-candidatura do empresário Flávio Rocha, executivo das Lojas Riachuelo. Rocha se filiou ao PRB para disputar a Presidência da República. Ele é vice-presidente e diretor de Relações com Investidores da empresa Guararapes, que é dona da Riachuelo e encabeça um movimento chamado “Brasil 200”, que propõe uma agenda liberal na economia e conservadora nos costumes.
Rocha exerceu duas vezes o mandato de deputado federal pelo Rio Grande do Norte, eleito em 1986 e em 1990. “Endossamos, por unanimidade, a indicação de Flavio Rocha para pré-candidato à Presidência da República. Já vou antecipar antes que venha a pergunta: É para valer? É para valer. É para ser vice? Não, é para ser candidato a presidente da República”, afirmou na Câmara, durante o ato de lançamento da pré-candidatura o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira.
Fernando Collor (PTC)
Uma nota publicada em junho deste ano, assinada pelo presidente da Comissão Executiva Nacional do PTC, diz que o partido não terá candidatura própria à Presidência da República. O ex-presidente tinha anunciado a pré-candidatura em 19 de janeiro deste ano em discurso em Arapiraca (AL).
Fernando Collor de Mello está no segundo mandato consecutivo como senador por Alagoas. Ele se elegeu em 2006 e se reelegeu em 2014. Em 1989, foi o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após a ditadura militar. Permaneceu no cargo até 1992, quando sofreu um processo de impeachment.
Antes, Collor tinha sido prefeito de Maceió (1979-1982), deputado federal (1982-1986) e governador de Alagoas (1987-1989).
Joaquim Barbosa (PSB)
Embora não tenha anunciado oficialmente sua pré-candidatura, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e ministro aposentado do tribunal Joaquim Barbosa fez uma declaração no Twitter para dizer que não seria candidato à Presidência da República em 2018. Em abril, ele se filiou ao PSB e a legenda disse que iniciaria discussões sobre uma possível candidatura ao Planalto.
Em maio, Barbosa descartou a possibilidade. “Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República. Decisão estritamente pessoal”, postou em sua rede social.
Michel Temer (MDB)
Atual presidente da República, Michel Temer ocupou a vice-presidência no primeiro mandato de Dilma Rousseff (2011-2014) e em parte do segundo (2015-2016), até o momento em que Dilma sofreu impeachment. Ex-presidente da Câmara, Temer foi deputado por seis mandatos pelo estado de São Paulo. Deputado constituinte, o presidente também foi secretário de Segurança Pública de São Paulo e presidiu o MDB por quase duas décadas. “Não é improvável”, disse o presidente em 20 de março, ao ser questionado sobre se será candidato em outubro.