Corte no Programa do Leite deve afetar mais de 180 mil pessoas em Alagoas

Aldemar Monteiro relatou as dificuldades de manutenção do programa em entrevista à Rádio Gazeta FOTO: JOSÉ FEITOSA

O corte considerado brusco no repasse de verbas para o Programa do Leite pode afetar mais de 180 mil pessoas no estado. Segundo o presidente da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA),  Aldemar Monteiro, o governo federal reduziu a previsão de repasses para R$ 10 milhões, com a metade deste valor sendo destinada às ações de 2018, enquanto a outra metade seria utilizada ao longo do primeiro semestre de 2019.

Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta quarta-feira (04), Aldemar destacou um comunicado do Ministério do Desenvolvimento Agrário sobre o corte, explicando que o governo estadual teria menos de 30 dias para enviar a documentação necessária à União, a fim de garantir o repasse dos R$ 10 milhões disponíveis.

“Fomos pegos de surpresa com esse comunicado do Ministério. Está todo mundo louco atrás de agilizar a documentação para garantir o repasse, mesmo que represente apenas um terço do valor total. Enquanto, vamos correndo atrás de alternativas para cobrir este buraco”, explicou.

De acordo com o presidente da CPLA, o montante anunciado é o suficiente para garantir a execução do programa somente até meados de agosto. Segundo ele, o Governo de Alagoas havia sinalizado uma contrapartida de R$ 7,5 milhões, o que garantiria a distribuição do leite até outubro. Com isso, a CPLA ganharia tempo para encaminhar representantes à Brasília, na tentativa de articular uma solução em definitivo junto à bancada alagoana.

Contudo, a situação pode ficar ainda pior. É que, conforme Aldemar, o governo estadual também já cogita reduzir o repasse para R$ 2 milhões, razão pela qual a CPLA convocou mais de 400 produtores a participarem, nesta quinta-feira, em Major Isidoro, da solenidade de inauguração de mais um Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp).

A ideia, reforça o presidente da cooperativa, é entregar uma carta ao governador Renan Filho para convencê-lo a manter o valor. O encontro também seria uma oportunidade de lhe pedir apoio nas negociações em Brasília.

“Precisamos mostrar ao governador Renan Filho que o corte afetará centenas de milhares de pessoas em todo o estado. Só para se ter uma noção da quantidade de pessoas afetadas, imaginemos três ou quatro estádios como o Rei Pelé lotados. Não podemos deixar que o programa do leite morra em Alagoas”, desabafou.

Entenda

O Programa do Leite funciona por meio de convênio firmado ainda em 2013, sendo mantido com recursos do governo federal e uma contrapartida do governo do estado. Hoje, o programa representa um indispensável complemento nutricional a 80 mil famílias presentes nos 102 municípios alagoanos. Ao todo, são distribuídos 50 mil litros por semana, sendo quatro para cada família.

Além das famílias que recebem o leite, o programa contempla, ainda, mais de 3 mil produtores e dezenas de transportadores, além de voluntários que recolhem o leite nos centros de distribuição e repassam para as famílias atendidas.

Fonte: Gazeta Web 

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