‘Ponta de esperança na Justiça’, diz filha de artista plástico depois que PMs foram indiciados por homicídio doloso

“Isso já é uma ponta de esperança, de algo que a gente esperava. A gente não pode parar de lutar e ontem tivemos essa ponta de esperança na Justiça”. É o que conta Márcia Cristina, filha do artista plástico Nadinho, depois que três policiais militares foram indiciados por homicídio doloso (quando há a intenção de matar), por conta da morte do pai dela.

Nadinho morreu após ser baleado dentro de casa durante um a ação da polícia, na noite do dia 21 de abril deste ano, na cidade de Candeias, na região metropolitana de Salvador.

De acordo com a polícia, o inquérito sobre a morte do artista plástico foi concluído pelo delegado Marcos Laranjeiras, titular da 20ª Delegacia, em Candeias, e encaminhado à Vara Crime da cidade na sexta-feira (15).

Após conclusão do inquérito, a viúva do artista plástico, Maria das Graças, também falou sobre os policiais que foram indiciados. “Foram 55 dias de muito sofrimento e dor. Não conseguimos viver nosso luto porque estávamos à espera de resposta”, disse.

Os PMs indiciados são os soldados Edvaldo Nunes, Leandro Xavier e Dinalvo dos Santos, lotados na 10ª CIPM, também em Candeias. Eles foram afastados das atividades na rua, mas ainda continuam com funções administrativas. Os familiares de Nadinho disseram que agora, esperam ansiosos pelas apurações da Polícia Militar.

Caso

 

Nadinho foi morto pela polícia dentro de casa durante busca por suspeito (Foto: Reprodução/Facebook)

Nadinho foi morto em ação da Polícia Militar dentro da casa onde morava e que usava como ateliê. Os PMs chegaram ao local e atiraram contra ele duas vezes — um tiro pegou no braço e outro no peito.

Os policiais disseram ter recebido uma denúncia de que suspeitos estavam em rua próxima à casa do artista, a Segunda Travessa 31 de Março, na casa 15. No entanto, os agentes foram até o endereço errado, na casa do artista, localizada na Primeira Travessa 31 de março, número 11.

A versão dos policiais é de que o artista teria disparado duas vezes contra os policiais da janela, mas a arma teria falhado. Os policiais, então, dispararam contra ele, que não resistiu aos ferimentos e morreu.

A família do artista, no enanto, contesta a versão da polícia. Diz que Nadinho não tinha arma e que era uma pessoa de bem.

No dia 7 de junho, os policiais envolvidos na ação participaram de um reconstituição do caso, solicitada pela Corregedoria da Polícia Militar, que também investiga o ocorrido na esfera admistrativa. Na ocasião, além dos policiais, participaram do procediemnto peritos da Polícia Técnica e testemunhas. A família de Nadinho acompanhou a reconstituição da varanda da casa de um vizinho.

Fonte: G1

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