Violência faz negros e não-negros viverem em “países diferentes” em Alagoas
As pessoas que moram em Alagoas vivenciam realidades completamente diferentes a depender da cor da pele. É o que revela o Atlas da Violência 2018, divulgado nesta sexta (15), que apresenta os índices de violência registrados em 2016 contra pessoas negras e pessoas que não são negras.
A discrepância é tão grande que o estudo afirma que é como se os alagoanos vivessem em países diferentes de acordo com sua cor. “Em uma aproximação possível, é como se os não negros alagoanos vivessem nos Estados Unidos, que em 2016 registrou uma taxa de 5,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, e os negros alagoanos vivessem em El Salvador, cuja taxa de homicídios alcançou 60,1 por 100 mil habitantes”, afirma o Atlas, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
Os dados mostram que Alagoas tem a terceira maior taxa de homicídios contra negros no país, e a menor quando o crime é contra não-negros. Veja tabelas:
No geral, o estado reduziu a violência e deixou de vez o primeiro lugar no ranking dos homicídios, ficando atrás de Sergipe, com a maior taxa, e Rio Grande do Norte, com a segunda maior.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, os números ainda são altos. Alagoas teve 240 mortes de homens jovens por 100 mil habitantes, atrás apenas de Sergipe, como mostra o gráfico abaixo.