Justiça manda transferir Orlando Curicica para presídio federal

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou, nesta segunda-feira (14), a transferência do ex-policial e acusado de chefiar milícia Orlando Oliveira de Araújo, também chamado de Orlando Curicica, para um presídio federal de segurança máxima. De acordo com o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), o pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) foi aceito pela 5ª Vara Criminal da Capital. Ainda não definido o presídio para o qual o preso, que foi envolvido por uma testemunha no assassinato de Marielle Franco, será levado.

No pedido, o MP diz que a transferência “é de grande relevância para o interesse da segurança pública, visando inibir a atuação do preso em referência e de coibir eventuais associações criminosas, bem como quaisquer outras práticas que atentem contra o Estado e a população”

Segundo documento elaborado pelo Serviço de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança, Orlando é apontado como principal líder da Milícia de Jacarepaguá. Ele foi preso em 2017 por porte ilegal de arma de fogo, de acessórios e munição de uso restrito. O suspeito também já foi condeado por crimes de roubo e responde a processos por crime de organização criminosa armada e homicídio qualificado, informou o TJ.

O advogado de Orlando, Renato Darlan, havia solicitado à Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) a transferência de seu cliente, que está preso em Bangu 1. Segundo Renato Darlan, Araújo já sofreu uma tentativa de envenenamento e está em greve de fome há quatro dias.

Darlan esteve na DH (Delegacia de Homicídios) onde tentou, sem sucesso, ter acesso ao depoimento da testemunha que teria apontado Araújo e o vereador Marcello Siciliano (PHS) como mandantes do assassinato da vereadora. Ele contou que tampouco conseguiu falar com o delegado responsável pelo caso, Giniton Lages, que esteve em Bangu 1 na quinta-feira para conversar pessoalmente com Araújo.

“O Orlando está em greve de fome absoluta, está debilitado, nem sei como vou encontrá-lo”, explicou o advogado. “Consideramos que isso seja uma espécie de tortura emocional, de tentar fazer com que ele fale coisas que não sabe.”

Na última sexta-feira, Darlan afirmou que a visita do delegado a seu cliente foi para pressioná-lo a confessar a participação na morte de Marielle e de seu motorista Anderson Gomes. A Secretaria de Segurança confirmou que o delegado esteve em Bangu 1 e se encontrou com o ex-PM, mas disse que foi a pedido do preso.

“Não haveria o menor sentido o Orlando chamar o delegado para conversar e fazer essa proposta louca de assumir um crime que não é dele”, garantiu Darlan.

Sobre a determinação da Justiça para que Orlando seja transferido para um presídio federal, a defesa dele disse não ter sido informada, mas que vai se posicionar assim que for notificada pela Justiça.

R7

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