Mapa mostra mais de 3 mil pessoas assassinadas em fevereiro no Brasil
Mais de 3 mil pessoas foram mortas de forma violenta em fevereiro no Brasil. Isso sem contar os dados de seis estados, que ainda não divulgaram os números. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, uma ferramenta que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país.
O número consolidado (3.276) contabiliza todos os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais.
O mapa faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
METODOLOGIA: Monitor da Violência
Desde o início do ano, jornalistas espalhados pelo país solicitam os dados via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo Fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O objetivo é, além de antecipar os dados e possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos governos.
Seis estados, por exemplo, ainda não possuem os dados referentes a fevereiro. Mais que isso, quatro deles também não informam os números de janeiro, quase três meses depois.
Veja a justificativa de cada um deles:
- Bahia: a secretaria diz que o setor que trabalha com o fechamento dos dados dos dois meses não determina um prazo para a conclusão e que, quando as informações forem liberadas, serão divulgadas
- Maranhão: a secretaria informa que os dados consolidados sobre mortes violentas e outros crimes ocorridos no Maranhão em fevereiro têm previsão de divulgação apenas para junho deste ano. “O período obedece ao prazo de três meses legalmente estabelecido pelo Ministério da Justiça, o qual considera as condições de registro de ocorrências disponíveis nas unidades federativas do país, como as dimensões territoriais e oferta de serviço de internet disponíveis nos estados.”
- Minas Gerais: a secretaria diz que os dados de janeiro e fevereiro de 2018 ainda serão divulgados. A pasta afirma que os números passam por auditagem para “total transparência e confiabilidade”. Até o momento, o governo tem apenas os dados de latrocínio (7 em janeiro e 8 em fevereiro)
- Paraná: a secretaria diz que ainda não possui a informação sobre ambos os meses. “As estatísticas referentes a homicídios, antes da divulgação, passam por quatro ciclos de controle de qualidade. Durante a realização da validação foram encontradas distorções que estão sendo homologadas para, então, ocorrer a divulgação. Foram encontradas distorções nos meses de janeiro e fevereiro. Assim que os dados forem validados, serão prontamente divulgados para a população por meio do site.”
- Rondônia: a secretaria não informa os números de fevereiro; a Polícia Civil diz que ainda aguarda o retorno dos departamentos que concentram as informações
- Tocantins: a secretaria diz que as delegacias levam um tempo para informar os números e, por isso, os dados de janeiro e de fevereiro ainda não foram consolidados
Página especial
Na página especial, é possível navegar por cada um dos estados e encontrar dois vídeos: um com uma análise de um especialista indicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e outro com um diagnóstico de um representante do governo.
Ambos respondem a duas perguntas:
- Quem são os grupos/pessoas que mais matam no estado, por que eles matam e como isso mudou ao longo da última década?
- O que fazer para mudar esse cenário?
Apenas 3 dos 27 governos estaduais não enviaram respostas às questões em vídeo: Bahia, Ceará e Rio de Janeiro. Juntos, eles respondem por mais de 1/4 das mortes violentas no ano passado.