“Os últimos diretores eram corruptos. É cruel, mas este hospício era um depósito de gente. Nem todos eram doentes mentais, como se descobriu depois. Alguns pais internaram filhas até para impedir um casamento”, relatará.
E continuará: “Eu era psiquiatra aqui, acompanhei vários casos. Fazia meus laudos, mas os pacientes continuavam internados. Até que houve uma denúncia”.´
A mulher também destacará a atual situação do lugar: “Os pacientes foram libertados ou encaminhados a outras instituições. Depois do escândalo, o lugar não tinha condições de continuar recebendo novos pacientes. O Estado assumiu o controle. Hoje se tornou um manicômio judiciário”.
O criminalista, então, pedirá detalhes sobre sua tia-avó, que morreu interditada, e Hermínia revelará: “Eu estudei seu comportamento. Outros psiquiatras a examinaram. Todos que passaram por aqui, na verdade. Eu e outros médicos enviamos avaliações de sua tia para o antigo diretor. Todas estão arquivadas. Todas revogavam a interdição”.
Questionada acerca dos motivos de Beatriz ter continuado na clínica, a psiquiatra contará: “A neta dela, Fabiana, depositou muito dinheiro na conta do antigo diretor. Para dona Beatriz nunca sair daqui. O caso de dona Beatriz só não virou escândalo por si próprio porque a neta abafou. O antigo diretor está preso. O último faleceu”.
Além de confessar que foi a pessoa quem denunciou os crimes na instituição, a mulher ficará feliz quando descobrir que Clara saiu viva do hospício: “Era muito amiga de sua tia, a única entre as internas. Eu lamento não ter feito nada por ela”.
Contudo, o advogado ressaltará: “Tudo tem sua hora certa. Agora pode fazer”.
Por fim, as declarações também serão usadas para provar que Renato (Rafael Cardoso) matou Beatriz e que Clara foi internada por causa de uma armação de Sophia (Marieta Severo).