Mãe é condenada a 80 anos de reclusão por matar filhos

Foi condenada a 80 anos de prisão pela morte dos filhos, Antony Pedro Santos Nobre, de 7 anos, e Abelardo Pedro Neto, de 12 anos,  ré Arlete Régis do Santos. A sentença foi proferida na noite desta segunda-feira, 19, durante o júri popular que durou quase dez horas, no Fórum de Maceió, no bairro do Barro Duro.

Arlete foi diagnosticada com transtorno de personalidade e, por isso, deve permanecer no Centro Psiquiátrico Judiciário para realizar tratamento. O juiz John Silas da Silva, que presidiu o julgamento, declarou que caso ela fosse encaminhada diretamente para o presídio o tratamento seria interrompido. Arlete ficará sob tratamento até que um novo laudo seja realizado.

O júri acolheu a tese do Ministério Público (MP) e condenou a ré por duplo homicídio qualificado. Durante o julgamento, a defesa alegou que Arlete estava “possuída” e teria agido por motivada por “perturbação mental e espiritual”. Após a setença, os advogados da ré afirmaram que vão recorrer da decisão.

O crime ocorreu na madrugada do dia 29 de setembro de 2009, no bairro Tabuleiro do Martins, Parte alta de Maceió. Antony Pedro Santos Nobre, de 7 anos, foi estrangulado e Abelardo Pedro Nobre Neto, de 12, asfixiado e esfaqueado pela mãe. Arlene ainda tentou asfixiar o filho mais velho, de 15 anos, mas desistiu após o jovem acordar.

O julgamento

Pela manhã foram ouvidos um psicólogo e um psiquiatra. A ré preferiu ficar em silêncio. O psiquiatra Ronaldo Lopes, que atuou como perito do caso, disse que Arlene sofre de transtorno de personalidade borderline e que o referido transtorno fica no campo da perturbação mental, não se caracterizando como uma doença mental.

O psicólogo José Adão Lima atuou em conjunto com o psiquiatra e alegou que Arlene agiu com “consciência plena”.  Ele contou que foram aplicados testes psicológicos e realizada uma entrevista clínica, mas que nenhuma patologia foi encontrada e sim conflitos intrapsíquicos

O ex-marido da acusada, Abelardo Pedro, disse ter sofrido ameaças de Arlene por meses e não imaginava que ela seria capaz de agredir as crianças.

O filho sobrevivente do casal, Arlanicson Pedro Santos Nobre, hoje com 23 anos, também depôs. Ele contou que a mãe tentou asfixiá-lo com um pano e afirmou ela havia matado seus irmãos.

 

 

TJ/AL

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