O caso polêmico da UFAL de Palmeira dos Índios
Imagine ser professor em uma instituição, localizada no interior, e ser atacado pelos próprios colegas de profissão a ponto de ser processado e virar caso de polícia, simplesmente porque você possui um referencial teórico diferente dos companheiros de trabalho e vota em grupos políticos diferentes dos demais. É o que parece está acontecendo em uma unidade do interior da Universidade Federal de Alagoas.
No dia 07 de março, um grupo de aproximadamente 20 estudantes e membros do Colegiado de Psicologia, de Palmeira dos Índios, foram ao Conselho Universitário da UFAL de Arapiraca, tentar, dentre outras coisas, anular a possibilidade do professor avaliar a turma que ele deu aula, afasta-lo da disciplina e exonerar o mesmo do cargo. O Conselho de Arapiraca antes de prosseguir com o encaminhamento do colegiado de psicologia decidiu ouvir o professor e, por meio da direção acadêmica que consultou a PROGRAD e a Corregedoria, deixou claro que algumas daquelas solicitações eram absurdas e sequer poderiam entrar em votação. Esse posicionamento inicial da Direção Acadêmica já irritou um pequeno grupo de estudantes que não queriam mais serem avaliados pelo professor, pois o acusavam de fazer provas que algumas pessoas se identificavam com personagens fictícios que o mesmo criava.
Todavia, estavam presentes no conselho mais de 50 alunos de psicologia para defender o professor perante uma pequena minoria de estudantes. Os mais de 50 alunos de turmas diferentes aplaudiram o professor diante dos demais e pontuaram que a questão ali remetia a brigas políticas entre professores que tentavam usar alguns alunos para prejudicar o professor em questão.
O professor alvo da polêmica chama-se Gérson Alves, o mesmo é membro do Conselho Regional de Psicologia da 15° Região, eleito pela categoria de psicólogos e é o principal responsável pela difusão da Análise do Comportamento no Estado de Alagoas. Gérson desde a época de estudante ganhou vários prêmios de psicologia pelo Conselho Federal de Psicologia e iniciou sua carreira docente a mais de 15 anos. Foi homenageado por quase todas as turmas que lecionou e alguns ex-alunos já foram homenageados até pelo MIT nos EUA. Gérson é tão adorado por seus alunos que a maior parte deles faz questão de chamá-lo de mestre mesmo depois de formados.
Quando Gérson Alves tomou a palavra no Conselho Universitário disse que vem enfrentando uma batalha contra os colegas de sua unidade educacional, que tentam criminalizá-lo a todo custo. Conforme as palavras de Gérson, tudo começou quando o mesmo entregou a coordenação da unidade em que trabalha e um novo grupo político assumiu a Universidade. Gérson era oposição e os seus colegas de trabalho são ligados ao novo grupo. Somou-se o fato de que Gérson é o único professor que trabalha com uma linha da Psicologia que pratica experimentos. Esses dois fatores juntos foram suficientes para que os demais professores perseguissem Gérson com a finalidade que ele saísse do Curso de Psicologia, assim o caminho ficaria limpo para os demais professores construírem o Curso de Psicologia do jeito que eles pretendiam.
Conforme informações de alunos que preferem não se identificar, as pessoas que trabalham com Gérson criaram uma série de situações que, conforme as investigações avançam, estão se mostrando todas falsas. Uma das últimas e mais graves foi a improvável invasão hacker nos computadores da UFAL de Palmeira dos Índios, a invasão não foi comunicada pelo técnico responsável a Polícia Federal, como seria o correto, mas foi argumentado que todos os arquivos dos computadores daquela unidade foram apagados. No procedimento de recuperação de arquivos o técnico acessou os arquivos particulares do professor Gérson e disse ter achado material indevido, tentando acusar que havia presença de material de pedofilia. Mas o relatório do NTI de Maceió disse que os procedimentos adotados pelo técnico invalidam a possibilidade dos arquivos serem associados ao professor Gérson. O relatório aponta que existe inclusive a possibilidade dos arquivos terem sido inseridos por um hacker ou por alguém com senha de administrador do sistema, coisa que Gérson não possui. Estranhamente o técnico que fez a denúncia é casado com uma das professoras que ataca o professor Gérson.
Ainda conforme alunos, estes ataques contínuos dos demais professores ao professor Gérson culmina na falsa ideia de que o mesmo está fragilizado, assim alunos negligentes e oportunistas acabam preferindo não estudar e reivindicar, para o colegiado do curso que ataca o professor, o cancelamento das provas do docente. O Colegiado que procura formas constantes de atacar Gérson sempre tenta validar qualquer coisa que surja contra o professor. Claro que o correto nestas situação seria o colegiado julgar suspeição e encaminhar o caso para uma instância superior. Mas não, o Colegiado que já emitiu uma advertência irregular para o Professor Gérson, que veio a ser cancelada pela Justiça Federal, primeiro faz um julgamento emitindo suas opiniões e depois com o julgamento pronto tenta encaminhar para a execução de outras instâncias da Universidade. Foi contra isso que o Diretor Acadêmico de Arapiraca decidiu se posicionar e levou o encaminhamento para o Conselho Universitário que deveria ouvir ambas as partes e só depois se posicionar. A deliberação do Conselho Universitário, após ouvir ambas as partes, foi a de que as provas do professor Gérson não fogem ao conteúdo dado e que ele deve continuar fazendo as provas com a turma. Este resultado soou como uma machadada no peito dos professores que, conforme relato de estudantes, tentam desmoralizar e abater a coragem do professor e foi um tiro nos planos de alunos que pretendiam não estudar. Alunos anônimos relatam que a coisa é tão séria que o argumento de alguns é dizer que é mais fácil cancelar uma prova do professor Gérson do que ter que estudar para a avaliação do mesmo, a decisão do Conselho Universitário parece está estragando os planos destes alunos.
Mas esta decisão do Conselho parece ser o prelúdio de novos tempos para o professor Gérson que já respondeu a mais de vinte acusações e tem provado inocência em todas. O último processo que os professores do curso de psicologia moveram contra ele está prestes a encerrar. O professor não comenta sobre o assunto, mas seus alunos acreditam que assim como os demais este também será um processo que ele sairá vitorioso.
Esperamos que a Universidade não seja um lugar de perseguições políticas e que as instâncias superiores não validem essas práticas. Esperamos também que haja liberdade para que as diferentes formas de pensar qualquer ciência, inclusive a psicológica, tenha na universidade espaço para o debate e não para o rechaçamento.
Fonte: Blog do Bernardino