7# Leila Diniz (1945 – 1972)
Leia não entrou em nenhuma guerra, literalmente falando, como a maioria das mulheres dessa lista. Mas a atriz é o maior símbolo da revolução feminina ocorrida no Brasil da década de 60. Não é novidade que nessa época a repressão do estado, em vários sentidos, era imensa. Não podia-se fazer nada. Mas Leila Diniz não estava ligando muito para isso. Uma prova é essa foto acima, que, se hoje não significa nada, naquele tempo era um absurdo completo.
Leila costumava dar declarações e tomava atitudes que nenhuma outra mulher sequer ousava fazer. Uma de suas frases famosas é: “Transo de manhã, de tarde e de noite”. Mais uma vez, hoje essa declaração pode ser considerada apenas ousada, mas na época era muito mais do que isso. As pessoas ficavam escandalizadas com a postura da mulher.
Leila era tão destemida que falava o que bem entendia. Numa entrevista para O Pasquim, em 1969, a atriz falou tanta barbaridade que após isso foi criado o Decreto Leila Diniz, que estabeleceu a censura na imprensa. Ela acabou sendo perseguida pela polícia política, foi alvo de duras críticas da sociedade conservadora, perdeu seu contrato com a Globo e morreu aos 27 anos em um acidente de avião.
Hoje Leila Diniz é vista como uma heroína. Segundo Carlos Drummond de Andrade: “Sem discurso nem requerimento, Leila Diniz soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão.”
6# Cleópatra (69 a.c. – 30 a.c.)
Obcecada pelo poder, essa mulher foi autora de um plano audacioso. Conta a história que ela se embrulhou em um tapete que foi entregue a Júlio César (é bom lembrar que César era a autoridade máxima da humanidade naquela época). Após a morte de seu pai, Cleópatra teve que dividir o trono do Egito com seus dois irmãos (os três chamavam-se Ptolomeu). Mas isso não era suficiente para a gananciosa mulher, que pensou que ao lado do imperador romano o caminho poderia ser mais curto para deixar de ter que dividir o trono egípcio. Ao desembrulhar o tapete Júlio César encontrou Cleópatra e toda a sua exuberância e não teve jeito – a mulher fisgou o rapaz.
Com o auxílio do poder romano, a personagem lendária acabou com a vida de seu irmão e assumiu o poder que tanto almejava. Mais tarde se envolveu também com Marco Antônio, outra figura de poder elevado na sociedade. Completamente seduzido pela moça, o homem chegou até a lhe devolver algumas terras que o Império havia conquistado. Essas atitudes não agradaram o senado romano que, em certa altura, declarou guerra ao casal. Após perderem uma batalha, os dois se mataram, sendo que Cleópatra se deixou picar por uma Naja Egípcia.
A mulher, como podemos ver, era muito inteligente. Ficou conhecida como grande negociante, poliglota, estrategista militar, estudada, sedutora e, acima de tudo, corajosa. Cleópatra entrou para a história como uma das figuras mais interessantes a serem estudadas.
5# Mata Hari (1876 – 1917)
Essa é uma história bastante controversa. Margaretha Gertruida Zelle nasceu em 1876, nos Países Baixos, e teve uma vida extremamente difícil. Dissoluções familiares, marido alcoólatra e agressivo, e falta de lar foram alguns dos fatores que desenharam a realidade dessa mulher até por volta de seus trinta anos. Foi quando, em 1905, ela passou a se apresentar com suas danças sensuais e supostamente sagradas nos salões da França. Suas apresentações eram tão encantadoras que Mata Hari ficou famosa pela Europa. Mas seu nome não ficou marcado na história pela dança que praticava.
Margaretha foi conhecida por conta de suas atividades de espionagem. Era época da Primeira Guerra Mundial e a constante movimentação da mulher entre França-Alemanha-Holanda-Inglaterra gerou suspeita por parte de franceses e ingleses. Como é natural na história de espiões, é difícil dizer para quem Mata Hari realmente trabalhava. Mas o que é inegável é a coragem da bela mulher de arriscar a vida em um trabalho de fazer um hooligan tremer na base. O fim da história? Execução por fuzilamento.
4# Anita Garibaldi (1821 – 1849)
Anita foi uma mulher de duas pátrias, pouca vida e muita coragem. Nascida no município de Laguna, Santa Catarina, conheceu o general Giuseppe Garibaldi aos 18 anos e abandonou o marido para acompanhar o italiano em suas empreitadas militares revolucionárias. A mulher Garibaldi esteve ao lado do companheiro, que era um dos líderes republicanos na Guerra dos Farrapos – revolução que procurou derrubar o governo imperialista -, em todos os combates políticos até o fim de sua vida. Sua primeira prova de fogo aconteceu durante uma batalha naval em sua cidade, em que a moça arriscou a vida diversas vezes para levar, em cima de uma pequena embarcação, munições para os guerreiros republicanos.
Em 1847, após terem morado por seis anos no Uruguai, onde também participaram de movimentos políticos (dessa vez contra a ditadura de José Fructuoso Rivera), o casal se mudou para a Itália. No país europeu eles participaram de guerras que tinham o intuito de promover a unificação italiana e em fevereiro de 1949 estiveram presentes na proclamação da Segunda República Romana, que durou apenas 5 meses, mas trouxe resultados políticos importantes. Perseguidos por exércitos franceses, espanhóis e austríacos o casal viveu refugiado por alguns meses até que Anita, acometida por uma forte febre, faleceu em agosto do mesmo ano junto de sua quinta filha que estava sendo parida quando a morte se deu.
Ana Maria de Jesus Ribeiro é conhecida como a “heroína dos dois mundos” e existem monumentos em sua homenagem tanto na Itália quanto no Brasil.
3# Joana D´Arc (1412 – 1431)
A pequena Joana não só teve a bravura de um vicking alemão como vestia roupas masculinas para perseguir seus objetivos. Ela foi uma guerreira francesa e para muitos (se não para todos) é a maior heroína do país de todos os tempo. Em 1429, com 17 anos de idade, liderou as tropas francesas em seu primeiro combate na Guerra dos Cem anos (conflito entre França e Inglaterra travada entre 1337 e 1453) no que ficou conhecido como Batalha de Jargeau. A santa (canonizada em 1920) foi fundamental para a vitória francesa sobre os ingleses em uma das guerras mais famosas da história.
O que fez a Donzela de Orleans seguir seu caminho foram as vozes que ela afirmava ouvir desde os 12 anos que a pediam para salvar a França. Foi o que a menina fez com disciplina e uma absurda coragem.
Em 30 de maio de 1431, aos 19, Joana foi queimada viva em praça pública acusada de heresia. Desde então é considerada um mártir — o que a caracteriza não só como guerreira, mas também como religiosa.
2# Maria Quitéria (1792 – 1853)
Essa moça é conhecida como a “Joana D´Arc brasileira”. Viveu entre os anos de 1792 e 1853 no estado da Bahia, onde lutou bravamente pela independência local diante do domínio português. No ano de 1822 Maria Quitéria se alistou deliberadamente, e contra a vontade do pai, no Regimento de Artilharia do “Exército Libertador”. Por conta de sua habilidade com as armas (ela aprendera a manejar o objeto quando menor) recebeu apoio do Major José Antônio da Silva Castro para permanecer no exército quando seu pai veio buscá-la
Alistada como “soldado Medeiros”, a moça se tornou 1° cadete e passou a ser vista como heroína pela população baiana após as demonstrações de bravura nas batalhas em que participou. Em 20 de agosto de 1823 foi condecorada, pelo próprio Imperador, como Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro, a primeira ordem honorífica originalmente brasileira.
1# Boadiceia (falecida em 60 ou 61 d.c.)
Essa foi mais uma das mulheres que esteve a frente de um batalhão. O ano é por volta de 60 d.c., o local é a Grã Bretanha e a realidade política da região é o domínio cada vez maior do Império Romano. Com a morte de seu marido, o rei dos icenos, os romanos tomaram posse das heranças que deveriam ser de Boadiceia, o que gerou um sentimento de revolta – não só na mulher de portes avantajados como também em todo o povo iceno – e consequentemente uma onda de protestos. Esses protestos logo foram silenciados pelo exército romano por meio de botinadas na rainha e, dizem alguns historiadores, de estupro de suas filhas, que contavam 10 e 12 anos. Essa atitude acendeu a ira de Boadiceia.
A senhora, então, organizou um exército com os homens de seu povo e dos povos mais próximos para tentar derrubar a dominação abusiva de Roma. Os resultados conseguidos por essas tropas, que somavam 100 mil guerreiros, foram impressionantes. Diversas cidades que eram controladas pelo Império Romano foram massacradas sob o comando da raiva determinada de Boadiceia. É verdade que logo depois os romanos derrotaram a rainha e os rebeldes – mas esse foi um dos movimentos mais violentos contra o Império. Boadiceia é homenageada com uma grande estátua em Westminster, na Inglaterra.