Um país agonizante em seus serviços públicos
Absolutamente não se pode entender um país se declarando retomar o caminho do crescimento e desenvolvimento, com a saúde pública em estado deplorável e miserável, o que, obviamente se reflete muito mais sensivelmente nos estados e municípios, crise agravada mais ainda pela inoperância, corrupção e descaso da maioria de seus gestores.
Como se não bastasse um Brasil que agoniza secularmente porque não respeita que a Educação Pública pode ser a salvação de qualquer nação que necessita se fazer respeitar, 80% da população brasileira sofre as humilhações de uma Saúde Pública sucateada, desprezada e vergonhosamente assaltada.
Enquanto o atual governo federal insiste em divulgar dados superficiais e até fictícios sobre um virtual soerguimento da economia, a Educação e a Saúde públicas apresentam números próprios da mais lamentável miséria humana.
Na Educação, escolas sem professores e sem instalações dignas, sem material escolar e sem merenda. E o mais grave é se comprovar a cada dia que os próprios prefeitos de inúmeros municípios são os responsáveis pelos imensos desvios de verbas que poderiam amenizar e até resolver esses graves problemas.
Que gerações futuras poderemos esperar?
Evidentemente, homens pervertidos, sem princípios e com o péssimo reflexo de um poder público fétido e desonesto. No âmbito da saúde pública, um Sistema Único de Saúde (SUS) falido e sem planejamento nenhum. Hospitais e Postos de Saúde fechados ou sem equipamentos ou, no mínimo, os mais básicos medicamentos que se usam no dia-a-dia da medicina normal; filas intermináveis, falta de higiene e, o pior, a ausência de médicos.
Seria esse o Brasil que está retomando o caminho do crescimento?
Antes de divulgar índices que o povo mais humilde não consegue conceber nem entender, como baixa de juros e de inflação, prioridades como Segurança, Educação e Saúde deveriam ser os principais alvos das preocupações do poder público. Infelizmente não são, pois os interesses pessoais e financeiros dos senhores políticos brasileiros sempre falaram mais alto, em detrimento da miséria de uma população 80% pobre ou paupérrima.
Em se falando em falência da Saúde Pública, vale aqui citar dados de matéria publicada no Jornal Gazeta de Alagoas recentemente, que assim descreve: “De acordo com levantamento do Conselho Federal de Medicina, até junho deste ano 904 mil pessoas esperavam por uma cirurgia eletiva no Sistema Único de Saúde – em Alagoas, são pelos menos 2 mil. Desse total, 750 procedimentos constam na fila como pendentes há mais de dez anos.
Ainda, segundo a entidade, de cada mil pacientes que aguardam a cirurgia, cinco morrem por ano enquanto esperam – a avaliação não demonstra, no entanto, se a morte ocorreu em decorrência da ausência da cirurgia. O Ministério da Saúde atribui a situação da fila de espera aos municípios e estados, que são responsáveis pela execução da saúde lá na ponta.
A organização do sistema também foi apontada como justificativa.” País, Estados e Municípios entregues à própria sorte e nas mãos de homens públicos corruptos, incompetentes e sem nenhum compromisso com a sociedade que mais necessita dos serviços essenciais para uma melhor e digna qualidade de vida.