‘Desordem é a pior das guerras’, diz Temer ao assinar intervenção
“O crime organizado quase tomou conta do estado do Rio de Janeiro, é uma metástase que se espalha pelo país e ameaça a tranquilidade do nosso povo, por isso acabamos de decretar, nesse momento, a intervenção federal na área da segurança pública no Rio de Janeiro. Os senhores sabem que eu tomo essa medida extrema porque as circunstâncias assim exigem”, afirmou o presidente.
Michel Temer ressaltou que a decisão da intervenção foi “construída em diálogo” com Pezão e confirmou que o interventor nomeado que comandará as forças de segurança no Rio é o general Walter Souza Braga Neto, comandante do Comando Militar do Leste, sediado no Centro da capital fluminense.
“A intervenção, registro a todos, foi construída em dialogo com o governador Luiz Fernando Pezão e eu comunico que nomeei o interventor, o comandante militar do Leste, general Walter Souza Braga Neto, que terá poderes para restaurar a tranquilidade do povo. As polícias e as Forças Armadas estarão nas ruas, nas avenidas, nas comunidades e, unidas, combaterão, enfrentarão e vencerão, naturalmente, aqueles que sequestram do povo as nossas cidades”, disse o presidente, que falou em “respostas duras e firmes” do governo para derrotar o crime organizado. “Por isso chega, basta, nós não vamos aceitar que matem nosso presente nem continuem a assassinar o nosso futuro”.
“Nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos, nem nossas praças continuarão a ser salões de festa do crime organizado, nossas estradas devem ser rota segura a motoristas honestos nas vias, e nunca via de transporte de drogas ou roubo de cargas. A desordem, sabemos todos, é a pior das guerras, começamos uma batalha em que nosso único caminho só pode ser o sucesso e contamos naturalmente com todos os homens e mulheres de bem ao nosso lado, apoiando a sendo vigilantes nessa luta”, completou o presidente, que disse ser “intolerável” que haja “bairros inteiros citiados, escolas sob a mira de fuzis e avenidas transformadas em trincheiras”.
Sobre a votação da reforma da Previdência, principal agenda legislativa do governo Temer nos últimos meses, o presidente afirmou que combinou com Rodrigo Maia e o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que a tramitação da PEC com as alterações nas regras para aposentadorias continuará em tramitação no Congresso e que a intervenção será interrompida se o Legislativo entender que há condições para a votação. Intervenções federais, como a decretada no Rio, impedem que sejam aprovadas emendas à Constituição. “Quando ela [a reforma] estiver para ser votada, segundo avaliação das casa legislativas, eu farei cessar a intervenção”, disse o presidente.
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