Após aumento do gás, famílias de Maceió passam a usar lenha para cozinhar

O preço do botijão de gás liquefeito de petróleo subiu mais uma vez esta semana. Em anúncio feito na última segunda-feira (4), a Petrobras comunicou um reajuste de 8,9% e a previsão da Associação dos Revendedores de Gás de Alagoas (Argal) é de que, em alguns locais do estado, o valor do produto chegue a R$ 92. Sem condições de acompanhar o aumento dos preços, diversos moradores de áreas carentes de Maceió começaram a utilizar o fogão a lenha como alternativa para cozimento dos alimentos que têm em casa.

Este é o caso da marisqueira Maria das Dores, de 62 anos, residente no bairro do Trapiche da Barra. À reportagem, ela informou que optou pelo uso da lenha há mais de quatro meses, porque começou a criar os netos e o que ganha vendendo pescados tem sido pouco para sustentar a família. “Vivo do pouco que pesco, do que alguns vizinhos me dão e também do que eu peço às vezes na igreja. Mas não sei mais o que é um botijão de gás”, contou.

A situação se repete em outras residências. A dona de casa Elenita Jorge de Lima, de 48 anos, também afirmou, em entrevista à Gazetaweb, que já não fazia uso do gás de cozinha há vários meses, devido às altas constantes no preço do botijão.

Elenita contou que estava usando um forno elétrico que ganhou de um vizinho para cozinhar a comida, mas ele quebrou há um mês e ela agora não sabe o que fazer. “Para falar a verdade, não sei nem o que vou jantar hoje. Não consegui lenha e meu forninho quebrou. Com fé em Deus, vou conseguir algo. Até agora só tenho um suco garantido”, lamentou.

Maria Cícera da Silva, de 62 anos, vive a mesma situação de dificuldade financeira e, há cerca de três meses, vem fazendo uso de restos de madeira para cozinhar as refeições.

“Ou a gente usa a lenha ou não come. A realidade é essa! Preciso comprar meus remédios, pagar as contas e não sobra para o gás. Além disso, tenho um filho doente que só um exame dele custa R$ 400. Não sei mais quando vou comprar gás novamente. Vou tentar fazer um esforcinho pra tentar comprar um, mas só Deus sabe quando”, disse.

Em um estabelecimento comercial no Dique Estrada, o proprietário – que não quis se identificar – informou que está segurando o preço do gás em R$ 70, mas não sabe até quando isso será possível. “O preço aumentou e minhas vendas caíram. Estou segurando o máximo que posso, mas em breve vou ter que repassar para o consumidor. Sei que aqui é um bairro carente, mas não posso arcar sozinho com esses custos”, desabafou.

GazetaWeb

 

 

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