Brasil revê rival europeu, raro no ciclo, para amenizar preocupação de Tite

Tite comandará a Seleção pela primeira vez na Europa (Foto: Reuters)

Você se lembra da vitória sobre a França, em março de 2015? Em Paris, ainda treinado por Dunga, o Brasil fez 3 a 1, gols de Neymar e de outros dois jogadores que jamais foram convocados por Tite: Oscar e Luiz Gustavo. Aquela foi a última partida da Seleção contra um rival europeu. Um hiato de dois anos e oito meses que se encerrará nesta terça-feira, diante da Inglaterra, em Londres.

A ausência de confrontos com equipes do Velho Continente, da elite do futebol, é uma das grandes preocupações da comissão técnica. Logo que assumiu, Tite e o coordenador Edu Gaspar estipularam a meta de marcar amistosos contra adversários poderosos, mas antigos compromissos já assinados e a agenda preenchida de outras seleções adiaram o início dessa etapa.

O técnico admitiu na última segunda-feira que o nível de exigência desse jogo diante dos ingleses será mais alto do que, por exemplo, na vitória sobre o Japão. Mas concordou com Daniel Alves, que minimizou a mudança de escola do adversário.

– Não é tão diferente do que estamos acostumados a enfrentar. Os adversários sul-americanos e de outros continentes são tão difíceis quanto esse, mas é bom para diversificar adversários, entender a forma de jogar de outras escolas. Você tem que enfrentá-los, mas não é mais difícil nem mais fácil. São testes que servem de preparação para nossa Seleção, nosso fortalecimento é sempre tentar melhorar – disse o capitão da equipe.

Desde o fim da última Copa do Mundo, o Brasil só teve três rivais europeus. Antes da França, em novembro de 2014, enfrentou Turquia e Áustria: vitórias por 4 a 0 e 2 a 1, respectivamente. Esse é, de longe, o ciclo entre Mundiais com menos jogos diante de países desse continente.

Esse número aumentará pelo menos para seis. Além do amistoso desta terça, há outros dois agendados: Rússia, no dia 23 de março, e Alemanha, quatro dias depois. É possível que a equipe ainda dispute jogos preparatórios semanas antes da Copa, mas não há rivais definidos.

A diferença para períodos anteriores é gritante. Entre as Copas de 2010 e 2014, por exemplo, a Seleção jogou 19 vezes contra europeus. De 1994 a 1998, 22 partidas. Quanto mais antigo é o ciclo, menos precisa fica a comparação. A história desmembrou países e a tecnologia facilitou as viagens, os calendários de amistosos foram ajustados, mas pode-se dizer que nunca o Brasil se preparou tão pouco para encarar a escola de jogo mais tradicional.

Jogos contra seleções europeias entre as Copas do Mundo:

  • 2014 – agora: 3
  • 2010 – 2014: 19
  • 2006 – 2010: 14
  • 2002 – 2006: 11
  • 1998 – 2002: 14
  • 1994 – 1998: 22
  • 1990 – 1994: 15

Os discursos de Coutinho e Gabriel Jesus, entrevistados do último domingo, mostram que isso tem sido levado em conta para terça-feira. Uma das maneiras de Tite motivar seu grupo é dizer a eles que precisam provar frente a uma campeã mundial, a uma seleção europeia, que são tão bons quanto indica a campanha nas eliminatórias sul-americanas.

– Será um jogo muito importante, a primeira vez, sob comando do professor, que enfrentamos uma seleção europeia. Então é um grande desafio para nós – reforçou Coutinho.

Philippe Coutinho, que joga na Inglaterra, ressalta amistoso em Wembley (Foto: Pedro Martins/MoWA Press)
Philippe Coutinho, que joga na Inglaterra, ressalta amistoso em Wembley (Foto: Pedro Martins/MoWA Press)

Gabriel Jesus e Alisson, por exemplo, nunca entraram em campo diante de uma seleção do Velho Continente. A escola europeia é tida como a mais disciplinada taticamente, outro aspecto que tem sido reforçado pela comissão técnica do Brasil para seu grupo.

A Inglaterra exigirá, além do exercício da paciência, uma movimentação diferente para encontrar espaços e invadir sua área. Saber como sua equipe vai se comportar, individualmente e coletivamente, diante das dificuldades é uma necessidade para Tite a caminho da Copa do Mundo.

Veja as informações da seleção brasileira para enfrentar a Inglaterra:

Local: estádio Wembley, em Londres (ING)
Data e horário: terça-feira, às 18h (de Brasília)
Escalação: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro; Paulinho, Renato Augusto, Coutinho e Neymar; Gabriel Jesus
Arbitragem: Artur Soares Dias, auxiliado por Rui Licínio Tavares e Paulo Alexandre Santos Soares (todos de Portugal)
Árbitro de vídeo: Tiago Lopes Martins, auxiliado por João Carlos Capela (ambos de Portugal)
Transmissão: TV Globo (com Galvão Bueno, Casagrande, Junior, Arnaldo Cezar Coelho e Tino Marcos), SporTV (com Luiz Carlos Jr, Lédio Carmona e Muricy Ramalho) e GloboEsporte.com
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir das 17h

Fonte Globo Esporte

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