Exército completa 100 anos de imponência e atuação no estado
O prédio imponente que abriga os militares chama a atenção de quem passa pela Avenida Fernandes Lima, em Maceió. Mas, para além de sua força, são as ações de cidadania que têm dado destaque ao Exército em Alagoas. Com uma atuação cada vez mais próxima da sociedade, a corporação chega aos 100 anos de existência no estado.
Para comemorar a data, cerimônias oficiais estão previstas para 7 de novembro. A ideia é marcar o dia de criação do 20º Batalhão de Caçadores, ou 20º BC, como preferem chamar os militares, que 56 anos depois se tornaria o 59º Batalhão de Infantaria Motorizado.
Nilton Diniz Rodrigues destaca programação comemorativa em AL
FOTO: GILBERTO FARIAS
“Desde o início do ano, a gente tem feito diversas programações: competições esportivas, como foi a corrida Duque de Caxias; visitações; cerimônias comemorativas na casa de Rosa da Fonseca, em Marechal Deodoro. Especificamente agora no dia 7 de novembro, que é a data onde efetivamente o Batalhão foi criado, ainda como 20º BC, em 1917, nós teremos uma cerimônia militar, seguida de uma exposição de fotos. Tudo isso aberto ao público”, explica o comandante do 59º BIMtz, coronel Nilton Diniz Rodrigues.
Além de preparar soldados para a “defesa da pátria”, o Exército tem dedicado boa parte de seus eforços em Alagoas a questões de cunho social. Da distribuição de água ao auxílio em períodos de calamidade, são muitas as áreas de atuação.
“O primeiro setor em que podemos ser vistos é em ações de cunho comunitário, a exemplo da ‘Operação Carro-Pipa’, na qual a gente faz entrega de água no Sertão. É uma operação antiga que acontece aqui no Nordeste e que vai completar 20 anos. Também temos dado apoio à Defesa Civil. Este foi um ano até atípico de chuvas, por exemplo. Isso impactou bastante. Temos dado um apoio muito importante para a sociedade”, explica o comandante.
E acrescenta: “O outro aspecto importante é a segurança. O Exército não pode deixar de estar pronto para atuar. E o foco principal do nosso treinamento é o que chamamos em defesa da pátria. É preparar o nosso soldado para estar em condições de responder em qualquer lugar do Brasil sempre que precisar. Um exemplo disso foi quando o Rio de Janeiro estava com ocupação na Favela da Maré e nós mandamos militares para lá”.
DESAFIOS
Nilton Diniz Rodrigues afirma que o grande desafio da corporação, atualmente, é formar jovens com maior senso de responsabilidade. Anualmente, cerca de 12 mil homens se alistam no estado, mas apenas 290 ingressam efetivamente no Exército.
“No final das contas, quando a gente pega o serviço militar e coloca jovens aqui para dentro, a gente tem uma obrigação de fazer uma entrega para a sociedade de jovens com conceitos de cidadania, de responsabilidade, de espírito de comunidade maiores. Isso a gente sente uma dificuldade grande no mundo de hoje”, ressalta.
Segundo ele, o alistamento militar ocorre em todo o estado e, hoje em dia, pode ser feito pela internet. “O serviço militar obrigatório é um serviço de um ano. A partir daí, ele toma outro caráter e se torna o serviço militar que é voluntário. O jovem que se voluntaria para permanecer no Exército pode permanecer ainda por oito anos”.
Atualmente, a corporação conta com cerca de 800 homens em Alagoas. “Tanto o serviço militar obrigatório, quanto o serviço militar voluntário é remunerado. A remuneração para o serviço militar obrigatório gira na ordem de um salário mínimo. Quando ele passa a ser um soldado antigo, como nós chamamos, do efetivo profissional do batalhão, ele recebe um pouco mais de R$ 1.000 para estar aqui e pode ser promovido a cabo ou até a sargento”.
TREINAMENTO
Conforme o comandante, o treinamento militar do jovem que se alistou dura um ano e é dividido em duas etapas. A primeira tem caráter predominantemente físico. Já a segunda tem caráter específico na área em que o militar vai atuar.
“É um treinamento duro, é um treinamento pesado. A gente tem que, nas primeiras doze semanas do treinamento, pegar um jovem que é civil, das mais diversas matizes, das mais diversas origens, desde o garoto sedentário, que ficava na frente do seu videogame, até o garoto que jogava bola na rua, era mais ativo e um atleta, e equalizar todos eles. Então, são 12 semanas iniciais. Só por esse tempo, a gente percebe a intensidade”, explica.
E conclui: “Às vezes, intelectualmente é muito forte para alguns, fisicamente é muito forte para outros. Mas, no final, tudo se equaliza e a partir daí o que a gente vê no quartel é uma tropa homogênea, onde a gente tem as frações capazes de cumprir as suas missões. Terminando as primeiras 12 semanas, o soldado ele enfrenta outras nove semanas, onde ele se qualifica. O soldado que vai aprender a atirar com morteiro, ele vai pro morteiro. O soldado que vai ser socorrista, ele vai aprender técnicas de primeiros socorros um pouco mais avançadas. O soldado que vai para o rancho, ele vai aprender a cozinha. E assim nós temos as mais diversas profissões e ele começa a aprender ofícios diferentes”.