Alagoas vai ganhar laboratório para investigar crimes cibernéticos
Desde que a internet surgiu e as redes sociais viraram a melhor companhia das pessoas, as autoridades policiais do mundo passaram a receber muitas demandas de delitos cometidos no ambiente virtual. No Brasil, há avanços para combate à prática, como a Lei Carolina Dieckmann, sancionada em 2012 e que tipifica os chamados crimes informáticos, e o Marco Civil da Internet, de 2014, mas a polícia tem dificuldade em apresentar resultados de investigações desta natureza. Uma das propostas em estudo é a criação, em breve, de laboratórios de crimes cibernéticos nos estados. Alagoas será um dos beneficiados.
Um policial civil do estado compõe a equipe nacional formada por agentes de várias localidades do País que trabalha justamente neste projeto. O Ciber Lab está sendo planejado na Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), vinculada ao Ministério da Justiça. A proposta dos estudiosos é proporcionar melhor estrutura física e logística para investigação de delitos cometidos no ambiente virtual, além de capacitar os policiais para apurá-los com afinco.
O agente de polícia Civil Leonardo Andrade é baiano, mas é concursado da instituição alagoana desde 2002. Enquanto esteve aqui, atuou na área de tecnologia, inteligência e investigação de crimes cibernéticos. Também participou de seminários sobre o assunto. Tem formação em Direito, especialização em crimes cibernéticos e diversos artigos científicos publicados sobre a temática, fato que motivou o convite, no início deste ano, para que ele integrasse o seleto grupo que trabalha na elaboração do Ciber Lab.
“Vamos desenvolver um modelo de laboratório que, inicialmente, será implementado na Senasp. A partir desta fase, faremos todas as experimentações possíveis, e definição das tecnologias envolvidas. Com o modelo consolidado, será ofertado aos estados uma unidade do laboratório, com equipamentos, softwares e licenças e capacitação de policiais. O estado beneficiado só tem que garantir a estrutura física e os servidores”, explica.
Segundo ele, o projeto de criação e implementação de Laboratórios de Crimes Cibernéticos e Fontes Abertas é justificado por causa do crescimento exponencial dos crimes cibernéticos, a falta de estrutura policial adequada, ausência de procedimentos investigativos específicos e escassez de policiais capacitados para a repressão desta modalidade delitiva.
“O nosso trabalho consiste em traçar um diagnóstico da situação nacional acerca de crimes cibernéticos e construir soluções que propiciem às polícias civis estaduais dar um melhor tratamento nesse tipo de crime, bem como ampliar a taxa de sucesso na elucidação destas ocorrências. Há também esforços no sentido de ampliar a capacitação de policiais neste tipo de crime”, ressalta.