Barracas da Praia do Francês, em Alagoas, começam a ser demolidas

O empresário Henri Feiden diz que os pais dele vieram do Paraná e instalaram uma barraca no local há mais de 30 anos.

“São três décadas de história. Quando fomos notificados em 2013, já começamos a nos organizar e hoje temos um novo restaurante. Nós organizamos e até que esse dia chegou. É triste ver tudo indo abaixo”, diz.

De acordo com a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), as barracas não estavam de acordo com as normas e, por isso, precisavam ser demolidas.

“Estamos acompanhando os trabalhamos pra saber se os acordos judiciais estão sendo cumpridos. Já temos um projeto com noves barracas. As barracas serão menores para respeitar os limites da faixa de areia, visibilidade”, diz o superintende da SPU em Alagoas, Victor Soares Braga.

O garçom Elvis Santos trabalhava com mais 29 funcionários em uma das barracas. Ele diz que mais de 200 pessoas estão desempregadas.

“Só aqui eram 30 funcionários. Vamos ficar desempregados, não temos outro lugar para ir. Aqui no Francês já está tudo cheio, não tem como trabalhar”, lamenta.

O prefeito Cláudio Filho (PSD), o Cacau, disse que a prefeitura tentou intermediar com um acordo judicial entre a SPU e os comerciantes para adiar ao máximo a saída deles da praia.

“Nós tentamos protelar, mas infelizmente não tinha o que fazer. É uma decisão judicial. Mas nós já temos o projeto para construção de nove barracas nesta área onde foram demolidas, o projeto deve ser lançado em dezembro e o início das obras será após o carnaval”.

O prefeito ainda disse que está ciente do desemprego que a demolição causará, mas que está trabalhando para ter uma praia mais bonita.

“Sabemos que há muita gente desempregada, mas a prefeitura faz o que pode dentro dos limites. Enfrentamos uma crise, mas estamos com todos os esforços para ter novas barracas, novos empregos e a orla mais bonita do país”, afirma o prefeito.