Da cultura do fumo à expansão comercial, Arapiraca comemora 93 anos

Concatedral é um dos símbolos da cidade de Arapiraca (Foto: Ascom/Arapiraca)

Uma cidade em expansão que tem no comércio seu ponto forte. Ela também se destaca na agricultura e conseguiu superar o declínio da cultura do fumo e manter a condição de polo econômico da região. Nesta segunda-feira (30), Arapiraca comemora seus 93 anos de emancipação política.

Com uma população estimada em 232.671 habitantes, segundo o último levantamento do IBGE, em 2016, Arapiraca também tem um grande potencial na produção das hortaliças. Segundo dados da Secretaria Municipal da Agricultura e Meio Ambiente, a produção de plantio irrigado de hortaliças abastece o mercado alagoano e o de mais cinco estados nordestinos.

No período de sua emancipação, Arapiraca tinha a agricultura baseada em pequenas propriedades, com destaque para a produção da mandioca, seguida pela cultura do fumo, que começou nos últimos anos do século XIX e teve importância fundamental para a elevação ao status de município.

O conhecido “ouro verde”, ele brotava nos latifúndios dos agricultores familiares e grandes fazendeiros da região, que preferiram investir na cultura tradicional do Agreste a cobrir suas terras com pasto para o gado ou com o plantio de mandioca.

Por ser o município com grande produção, a cidade chegou a ostentar o título de capital brasileira do fumo e mesmo com a tendência de diversificação de culturas e com a diminuição do cultivo, continua tendo lugar de destaque na agricultura da região.

O professor do curso de Geografia e do mestrado no Programa de Dinâmicas Territoriais e Culturas da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Odilon Máximo explicou que o auge da produção do fumo em Arapiraca foi no final do século XIX e início do século XX, quando surgiram muitas fábricas de cigarro e começou a existir uma maior demanda pelo fumo.

“A produção começou a diminuir nos anos 80 e 90 por diversos fatores, entre eles as campanhas antitabagistas e o contrabando do fumo que reduziu a procura de compradores. Todos esses fatores levam a derrocada da produção fumageira”, disse.

Máximo falou que, como muitas famílias produtoras ganharam muito dinheiro, parte dessa riqueza começa a ser reinvestida em outras áreas como o comércio. “Com a queda do fumo começaram a investir em outros setores e no fim dos anos 80 Arapiraca começou a dominar o setor comercial no Agreste”.

O professor explicou que muitas pessoas começaram a migrar para Arapiraca e a cidade passou a ter um mercado consumidor cada vez maior. “A cidade tem uma localização que favorece, fica perto da rodovia fral que é passagem para outras cidades e quando houve a queda do sistema ferroviário, passou a importar o rodoviário”.

Com muitas empresas se instalando, o comércio atacadista começou a desenvolver em Arapiraca, que passou a ser o grande distribuidor do Agreste, Sertão e outras regiões. “Além disso, a feira de Arapiraca tinha um movimento muito grande e muitas pessoas de outros municípios vinham para fazer compras”.

Crescimento educacional

Com o surgimento do setor de comércio e serviços, houve uma necessidade de mão de obra qualificada. Isso fez com que tivesse um aumento de escolas e universidades. “A cidade possui a reitoria da Uneal, um campus da Ufal e muitas faculdades particulares, o ensino básico também foi melhorado ao longo dos anos”, disse o professor.

Na área da saúde, foram instalados grandes unidades como a de Emergência e o Hospital Regional que atendem demandas de muitas regiões do interior.

“A cidade passa a se modernizar também em termo de tecnologia e no imobiliário. E com a população cada vez mais crescente destaca-se pela diversidade agrícola com a presença de minifúndios”, disse.

Para Magno, a expectativa é de mais crescimento para a região que tem um grande potêncial em diversas áreas. “Arapiraca tem sido uma das cidades médias do Brasil que mais tem crescido nos últimos dez anos. É um centro de poder econômico muito forte e consegue absorver muito comércio”, completou.

Fonte G1

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