Apoiadores de Leopoldo Pedrosa criam situações para livrá-lo da prisão

O caso envolvendo o afastamento do prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa, a cada dia ganha desdobramentos dignos das operações da Polícia Civil. Agora, seus apoiadores tentam, a todo custo, criar situações para livrá-lo da prisão.

Fontes ouvidas pela reportagem, que terão suas identidades preservadas, apontam que familiares e amigos, inclusive, teriam procurado juízes e até desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas na tentativa de livrar Leopoldo Amorim da prisão. A soltura do prefeito licenciado, já é dada como certa.

Pedrosa responde a vários processos na Justiça alagoana, como por estelionato, embriaguez ao volante, falsidade ideológica porte ilegal de arma e, por último pelas agressões contra sua então esposa, Meiry Emanuella Oliveira Vasconcelos, e sua mãe, Rosineide de Oliveira Vasconcelos, ocorrido no dia 28 de junho. Em recente entrevista ao blog do Bernardino,  Emanuella revelou que prestou queixa contra Leopoldo em 2015 e que os espancamentos eram constantes.

Os crimes aos quais Leopoldo responde não param por aí. Em 2008, por exemplo, ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. O então vereador foi detido por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em um posto de combustíveis.

Em 2013, um boletim de ocorrência foi registrado contra Pedrosa por embriaguez ao volante e uso de documento falso. Ele teria se apresentado como vereador, quando não mais exercia mandato.

Os defensores de Leopoldo Pedrosa ainda tentam reverter a situação ao divulgar na imprensa que a agressão contra as mulheres teria sido uma articulação planejada por seus adversários políticos chegando a insinuar que o deputado estadual Dudu Hollanda e o vice-prefeito que ocupa a Prefeitura Municipal, Serginho Marques, como os mentores do chamado “golpe”.

 

IRREGULARIDADES

Após ser preso,  mesmo com os direitos políticos ceifados, Leopoldo Pedrosa, conseguiu efetuar pagamentos e movimentar as contas online da prefeitura de dentro da prisão. Ele realizou a ordem de pagamento dos servidores do município através do token,  intransferível e proibido o uso por terceiros mesmo que com sua autorização.

Além disso, denúncias de irregularidades nas licitações ao longo dos seis meses de gestão, foram ofertados ao Ministério Público (MP/AL) e a Câmara Municipal de Maribondo. Cerca de 40 licitações receberam dispensa.

O presidente da câmara  de vereadores, Fernando “Militão” e outros parlamentares ligados ao grupo do prefeito preso, conforme as informações, têm dado apoio irrestrito a Leopoldo Pedrosa.  Vale salientar que o presidente da Câmara, em razão de sua fidelidade a Leopoldo, postergou a posse do vice-prefeito, Serginho Marques por mais de 20 dias.  O intuito de protelar a posse, seria a certeza de que Leopoldo ganharia liberdade em poucos dias.

HABEAS CORPUS NEGADO

O Ministério Publico do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, ajuizou ação penal contra o prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa. Ele pediu a manutenção da prisão preventiva do gestor, assim como requereu a perda do mandato.

A prisão de Leopoldo foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.

Pedrosa teve também o pedido de habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 28 de agosto. A decisão  do ministro Gilmar Mendes foi publicado no Diário Oficial de Justiça.

O decreto trazia que “a prisão preventiva de Leopoldo Pedrosa está suficientemente fundamentada, notadamente pela periculosidade concreta do agente e o risco de reiteração delitiva”.

Na ocasião, o advogado Raimundo Palmeira, negou que o pedido teria partido da defesa.

“Eu só vou recorrer a instâncias superiores quando a Justiça daqui não acatar a favor do prefeito, o que eu acho que não vai acontecer. Estamos muito confiantes”, ressaltou o advogado em entrevista ao G1.

JULGAMENTO ADIADO

O julgamento sobre a manutenção da prisão do prefeito afastado de Maribondo, acontece nesta terça-feira, 3, após três pedido de vistas.

Já votaram para manter a prisão, acompanhando o relator João Luiz Lessa, os desembargadores Fábio Bittencourt, Elisabeth Carvalho, Paulo Lima e Pedro Augusto Mendonça. Votaram para aplicar medidas alternativas, além de Maurílio Ferraz, os desembargadores Tutmés Airan e José Carlos Malta.

Todos os desembargadores que adiantaram o voto, porém, foram a favor do recebimento da denúncia pelos crimes de lesão corporal e ameaça.

A reportagem tentou contato com os advogados e familiares de Leopoldo Pedrosa, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.

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