Pyongyang ameaça EUA com ‘o maior sofrimento e dor’
Num comunicado reproduzido pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA, o Ministério dos Negócios Estrangeiros adverte que se Washington “avançar com esta ‘resolução’ ilegal sobre um endurecimento das sanções, a Coreia do Norte assegurará que seja absolutamente certo que os Estados Unidos paguem o preço”. “As medidas que serão tomadas causarão aos Estados Unidos o maior sofrimento e dor em toda a sua história”, disse o ministério.
No fim de semana, Kim organizou uma grande celebração para felicitar seus cientistas e técnicos nucleares que lideraram o sexto e maior teste nuclear do país há uma semana. Os Estados Unidos e aliados se preparavam para outro lançamento de míssil de longo alcance a tempo para o 69º aniversário da fundação da Coreia do Norte no sábado, mas não foram observadas novas provocações enquanto o Norte realizava numerosos eventos para marcar o feriado. De acordo com a KCNA, Kim teria preparado um banquete, com performance artística e uma sessão de fotos com o próprio líder, para felicitar os cientistas nucleares e outros oficiais militares e partidários que contribuíram para o teste da bomba nuclear no domingo passado.
As fotos divulgadas neste domingo pela KCNA mostram o jovem líder entrando no Teatro do Povo com um amplo sorriso no rosto ao lado de dois cientistas proeminentes: Ri Hong Sop, chefe do Instituto de Armas Nucleares da Coreia do Norte; e Hong Sung Mu, vice-diretor do Departamento de Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores.
Ri e Hong desempenharam papéis vitais no programa nuclear da Coreia Norte, aparecendo próximos de Kim durante inspeções de campo e testes de armas, incluindo o último teste nuclear. Ri é um ex-diretor do Centro de Pesquisa Nuclear de Yongbyon, principal instalação nuclear da Coreia do Norte ao norte de Pyongyang, onde Hong também trabalhou como engenheiro-chefe.
A Coreia do Norte realizou, no começo de setembro, o seu sexto ensaio nuclear, que disse ter-se tratado de uma bomba de hidrogênio, ou bomba H miniaturizada, apta a ser colocada num míssil balístico intercontinental (ICBM). O teste foi o mais potente já realizado pelo regime norte-coreano e suscitou a condenação da comunidade internacional, aumentando a tensão na região. Em julho, aquele país asiático já tinha realizado dois disparos de ICBM.
Estas atividades nucleares e balísticas violam as resoluções das Nações Unidas, que já infligiram sete conjuntos de sanções a Pyongyang.
Durante a semana passada, autoridades da Coreia do Sul alertaram que o Norte poderia lançar outro míssil balístico intercontinental, desafiando as sanções da ONU e em meio a uma escalada do impasse com os Estados Unidos.
“O mundo será testemunha de como a Coreia do Norte domina os ‘gangsters’ americanos, lançando uma série de ações que serão mais duras do que jamais imaginaram”.
A pedido de Washington, o Conselho de Segurança da ONU vai votar, nesta segunda-feira, novas sanções duras contra o regime de Kim Jong-un, acusado de ameaçar a paz com os seus programas de armamento nuclear e convencional.
Fonte: O Globo