Ministro descarta retirada da Chesf do processo de privatização da Eletrobras
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, descartou a possibilidade de excluir a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) ou qualquer outra subsidiária do processo de privatização da Eletrobras. O político veio a Pernambuco em visita ao Estaleiro Atlântico Sul, localizado no Complexo de Suape, nesta segunda-feira (11).
Governadores dos nove estados do Nordeste divulgaram na última semana uma carta criticando as privatizações e pedindo a exclusão da Chesf do processo, entre outros pontos. “É evidente que um debate como esse gera uma série de contribuições, de reações e de controvérsias, mas neste momento não tem a expectativa de poder se tirar a Chesf ou qualquer subsidiária dentro desse processo”, aponta Coelho Filho.
O ministro afirma que o modelo da desestatização ainda está sendo montado e a expectativa é de que o mesmo seja divulgado ainda neste mês de setembro. Dentre os pontos está a previsão de recursos para recuperar o Rio São Francisco.
“O que se tem trabalhado dentro do governo e será apresentado não só ao presidente, como à toda bancada do Nordeste e também aos governadores, é que dentro deste processo se tenha também, com parte dos recursos gerados através das usinas do Rio São Francisco, parte desses recursos retornem para investimento na revitalização do próprio rio”, defende.
Coelho Filho ainda apontou que a Chesf vem enfrentando dificuldades em cumprir prazos em suas obras e que há a necessidade de torna-la mais eficiente.
“Para se ter uma ideia, o maior número de obras com atraso na Aneel, na Agência Nacional de Energia Elétrica, a maior participação delas é a Chesf, pela falta de capacidade financeira que a empresa hoje tem. Uma empresa que não tem condições de entregar as suas obras não vai ter condições, nos dias de hoje, de poder cuidar do rio da forma que ele precisa já a algum tempo, não é de hoje”, ressalta.
Privatização
No fim de agosto, o Ministério de Minas e Energia informou que iria propor ao governo federal a privatização da Eletrobras. Ao jornalista da GloboNews Valdo Cruz, o ministro de Minas e Energia disse que a proposta é que a participação da União na Eletrobras caia para 47% e que a expectativa é de arrecadar cerca de R$ 20 bilhões com a operação.
Segundo o ministro, será feito um aumento de capital da estatal, do qual o governo não irá participar. Consequentemente, cairá a fatia do governo na empresa. O texto divulgado em agosto afirma ainda que “a União manterá poder de veto na administração da Eletrobrás “garantindo que decisões estratégicas no setor sejam preservadas, tais como os encargos setoriais da CDE e o financiamento de projetos de revitalização do Rio São Francisco.”
Fonte G1