Temer está ‘muito tranquilo’ com eventual nova denúncia, diz Imbassahy

Ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) deixa almoço na casa de Rodrigo Maia (Foto: Fernanda Calgaro/G1)

O Ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, disse nesta quinta-feira (7) que o presidente Michel Temer está “muito tranquilo e preparado” para a possibilidade de ser alvo de uma nova denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

A expectativa é de que o Ministério Público apresente ao Supremo Tribunal Federal (STF), nos próximos dias, a segunda acusação contra Temer, dessa vez por suposta prática de obstrução de Justiça e organização criminosa. A primeira, por corrupção passiva, acabou barrada pela Câmara dos Deputados no início de agosto.

Imbassahy deu a declaração após deixar um almoço de mais de três horas na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em que Temer estava presente. Segundo o ministro, a eventual nova denúncia não foi discutida durante o encontro.

“[Temer] continua muito tranquilo e preparado para qualquer tipo de especulação, qualquer nova colocação que venha, como se fez da primeira vez”, disse o ministro

De acordo com ele, o presidente está “confiante de que isso aí [nova denúncia] não vai prosperar, até porque a verdade vai sempre prevalecer.”

Novos audios da JBS

O ministro disse ainda que todos estão “estarrecidos” com o teor da gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e o diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Saud. Os dois são delatores da Operação Lava Jato.

“Todos estão estarrecidos com os últimos acontecimentos envolvendo essa dupla já conhecida pelo Brasil”, disse.

A gravação ensejou uma investigação da Procuradoria Geral da República sobre o acordo de delação firmado, o que garantiu aos colaboradores imunidade. Pelas conversas gravadas, há indícios de omissão de informações sobre crimes no acordo de delação.

Encontro entre amigos

Também participaram do almoço na casa de Maia o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), os ministros Helder Barbalho (Integração Nacional) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e o deputado federal Heráclito Fortes (PSB-PI).

Segundo Imbassahy, o almoço foi algo mais informal, um “encontro entre amigos”. As conversas, disse ele, giraram em torno dos últimos números da economia.

“Foi um encontro entre amigos, um almoço com caráter mais social. Falamos sobre 7 de Setembro, sobre a China, sobre a economia. Enfim, uma conversa muito descontraída”, disse.

Questionado por jornalistas se conversaram sobre os últimos episódios da semana, como as delações da JBS, o depoimento do ex-ministro Antonio Palocci e as malas de dinheiro atribuídas ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, ele negou.

Pedido

Na quarta-feira (6), a defesa de Temer pediu novamente ao Supremo a suspensão de uma eventual nova denúncia contra ele.

Pedido semelhante já havia sido apresentado na semana passada, mas a defesa do presidente repetiu a solicitação com base na decisão da PGR de revisar o acordo de delação da JBS.

A defesa de Temer argumenta ser preciso aguardar a conclusão das investigações sobre suposta omissão por parte dos delatores.

Fonte G1

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