Toninho Garrote quer diminuir salários de vereadores para beneficiar seu grupo

A cena política na Câmara Municipal de Palmeira dos Índios continua dando o que falar, mas não pelo bom desempenho da maioria dos vereadores. No último “capítulo”, foi a vez do vereador Antônio Garrote da Silva Filho, o Toninho Garrote (PP), tornar-se o protagonista, ao propor que os 15 edis passem a receber um salário mínimo ao invés dos R$ 4.600 líquidos.

O Projeto de Lei, já considerado nos bastidores da Câmara Municipal como sem noção, “pé” e nem “cabeça”, deverá ser analisado pelos vereadores na sessão da próxima quarta-feira (6).

A começar pela justificativa da proposta, a ideia do vereador Toninho Garrote não tem chance de passar pelo plenário. “Enfrentamos uma crise econômica aonde mensalmente vem provocando cortes orçamentários que prejudicam a prestação de serviços inerentes à população, como a educação e a saúde”, explicou o vereador baseando-se também na “grande economia aos cofres públicos”.

A drástica redução resultaria em mais de R$ 650 mil de economia ao ano ao Município. Porém, a possibilidade de redução salarial não terá respaldo dos demais, já que Toninho Garrote integra o grupo de cinco vereadores que são minoria na Câmara Municipal.

No texto do Projeto de Lei também consta que o vereador que faltar a uma sessão ordinária sem prestar as devidas justificativas, terá corte de 20% no respectivo salário. Além disso, os integrantes da Mesa Diretora não terão adicionais nos vencimentos.

Fontes da Câmara Municipal ouvidas pelo Estadão Alagoas apontam que a ideia do vereador em nada tem a ver com o bem da população e do município que terá mais dinheiro disponível para investir em áreas como a educação, a saúde e assistência social, por exemplo.

Na verdade, as fontes revelaram que o vereador e os demais integrantes do seu grupo de desviar as atenções dos pedidos de afastamentos do presidente e do primeiro secretário da Câmara Municipal que deverão ser analisados e votados nas próximas semanas.

Como Toninho Garrote e seu grupo sabem que o Projeto de Lei não deverá passar pelo plenário, outro objetivo é colocar a sociedade contra os 10 vereadores que deverão ser contrários à triste iniciativa. Vale salientar que a maioria dos assessores de Júnior Miranda e seus aliados recebem gratificação de 100%, constando um verdadeiro paradoxo quando a discussão é inerente a crise econômica.

O vereador Val Enfermeiro (PMN) explanou nas redes sociais, sua indignação e chegou a chamar a proposta de Garrote de demagoga. “É hipocrisia pura!!!  Para o bom político que ajuda aos que o procuram e tem que se deslocar para visitar diversas regiões do município para se certificar das necessidades, sabe o quanto isso custa. E esse “moço” teria que mudar a constituição ou o orçamento para poder diminuir o duodécimo. Aí sim, causaria algum tipo de economia aos cofres públicos, mas ele ainda não está podendo”, desabafou.

Garrote, como é de conhecimentos dos mais atentos, tem outras fontes de renda, como no Município de Estrela de Alagoas, onde seu irmão é prefeito, por sinal. Portanto, o corte de salário não deverá abalar muito seus vencimentos mensais.

À população de Palmeira dos Índios resta continuar atenta ao cotidiano político da cidade, em especial ao que acontece na Câmara Municipal e se, de fato, alguns vereadores pensam no bem comum.