Marcelo Miller pode ser denunciado por exploração de prestígio

O ex-procurador Marcelo Miller (Foto: Alex Lanza/MPMG)

O ex-procurador da República Marcelo Miller, auxiliar próximo de Rodrigo Janot que deixou o Ministério Público neste ano para atuar em um escritório de advocacia que atende ao grupo J&F – controlador do frigorífico JBS – poderá responder, criminalmente, por fatos mais graves que os delatores do grupo empresarial.

Segundo investigadores envolvidos na apuração do caso, a avaliação, antes de ouvir a versão de Miller, é a de que ele poderá ser responsabilizado pelo crime de exploração de prestígio, artigo 357 do Código Penal.

O texto do artigo define punição para quem “solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado [e] órgão do Ministério Público”.

A possível conduta criminosa de um ex-auxiliar próximo de Janot, gravado por delatores da JBS, causou constrangimento dentro da Procuradoria.

“Causa embrulho no estômago, mas é algo concreto”, informou um investigador relacionado ao caso.

Miller deixou o Ministério Público neste ano para atuar em um escritório de advocacia que atende a JBS, mas foi gravado por executivos da empresa quando ainda era procurador da República, revelou nesta segunda-feira (4) o próprio Janot à imprensa.

A situação de Joesley Batista e Ricardo Saud – principais delatores da JBS que aparecem na gravação que coloca em risco a colaboração premiada deles – ainda está sendo avaliada pelos investigadores do caso.

De acordo com essas fontes, diante das suspeitas, o acordo pode ser quebrado totalmente ou reduzidos os benefícios e exasperadas as penas.

A avaliação ainda preliminar, sem o contraditórios feito pelos suspeitos e seus advogados, é a de que os benefícios dos colaboradores serão reduzidos de forma efetiva ao final da investigação.

Fonte G1

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