Familiares e funcionários realizam protesto em prol de soltura do prefeito de Maribondo
Pela segunda vez nesta semana alguns funcionários públicos, familiares e amigos realizaram ato em prol da liberdade do prefeito de Maribondo, Leopoldo Pedrosa (PRB), que está preso há 15 dias enquadrado na Lei Maria da Penha, por agressão à esposa e à sogra.
O protesto encabeçado pela mãe do prefeito, Leopoldina Amorim – de vestido estampado, que aparece aos 11 segundos no vídeo abaixo – funcionários de Leopoldo Pedrosa, atearam fogo em pneus e fecharam Rodovia BR-316 na tarde desta quarta-feira (12).
Ainda em outro vídeo enviado ao Estadão Alagoas, uma moradora afirma que a manifestação foi organizada por amigos e familiares do prefeito Leopoldo Pedrosa.
“Isso é um absurdo, esse carro de som com a música de campanha do Leopoldo e a mãe dele dançando e fazendo algazarra junto com os funcionários deles. Agora preciso ir até Maceió para um compromisso e estou impossibilitada de seguir viagem, tendo que desviar o caminho”, disse uma moradora, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Militar estiveram no local.
Ainda segundo informações, os moradores foram convocando pelas redes sociais e através de carros de som.
Os organizadores do evento dizem que o ato teve como objetivo protestar contra a ameaça ao clima de instabilidade que o município vive desde que Leopoldo assumiu a administração pública do município.
Independente de quem convocou a manifestação, as imagens das duas ocasiões impressionam pela elevada presença de mulheres, que parecem não entender a gravidade das motivações que levaram o prefeito Leopoldo à prisão e consequente afastamento das atividades.
Procurado pela reportagem do Estadão Alagoas, o vice prefeito da cidade Sérgio Marques (PRTB), afirmou que está tranquilo em relação ao seu papel. “Na vacância do cargo terei que assumir o comando do município, já completaram 15 dias. Quero desempenhar um trabalho de forma tranquila e em parceria com os funcionários”, explicou.
A assessoria jurídica do vice prefeito protocolou na Câmara Municipal de Maribondo um requerimento para que Sérgio Marques assuma o comando do município.
Outro protesto
Na última segunda-feira (10), outro protesto encabeçado pela mãe de Pedrosa ocorreu na cidade. A manifestação teria ocorrido no intuito de aproveitar que a imprensa estaria na cidade para cobertura de outro ato público realizado pela Câmara, para que a população pedisse medidas a casal no sentido de solucionar a falta de água no município.
“Eles estão fazendo isso, não é com medo da instabilidade no município, porém com medo de perder os cargos aos quais ocupam dentro da prefeitura”, afirmou a moradora Maria José Barbosa.
A manutenção da prisão
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, ajuizou ação penal, nesta segunda-feira (10), contra o prefeito de Maribondo, Leopoldo César Amorim Pedrosa. O chefe do MPE/AL também pediu a manutenção da prisão preventiva do gestor, assim como requereu a perda do mandato dele. A denúncia responsabiliza o prefeito por agressões físicas contra a esposa e a sogra, crimes ocorridos em junho deste ano.
Mediante a gravidade e a comprovação das atitudes ilícitas cometidas por Leopoldo César Amorim Pedrosa, além de defender que ele permaneça custodiado no sistema penitenciário alagoano, o Ministério Público pede a manutenção das medidas protetivas concedidas em favor das vítimas, assegurando-lhes a integridade física, já que existem registros de ameaças de morte. Além disso, entende o procurador-geral de Justiça, ser a liberdade de Leopoldo Amorim um risco também para a instrução processual.
O representado já responde por uso de documento falso, bem como por outras agressões praticadas contra a vítima. Como consequência da agressão praticada dia 21, a vítima chegou a desmaiar de “tantos e tão fortes golpes que levou”.
A Procuradoria-Geral de Justiça opinou pelo deferimento da prisão preventiva, sob o fundamento de que havia reiteração na prática criminosa.