A Polícia Civil fez a perícia de campo do acidente de trânsito que matou a cantora de forró Eliza Clívia e o marido dela, o baterista Sérgio Ramos, no dia 16 de junho, no Centro de Aracaju (SE) com o objetivo de verificar a velocidade em que estava o ônibus no momento da colisão com o carro de passeio das vítimas e detalhar a dinâmica do acidente. O acidente aconteceu na esquina das ruas Arauá e Maruim. Além do casal, outras três pessoas da banda estavam no veículo.
A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) interditou toda a área utilizando balizas, às 9h desta quarta-feira (5) e liberou as vias por volta das 11h30 após a perícia. As ruas Itaporanga e Santa Luzia foram bloqueadas e desvios foram realizados pelos agentes de trânsito para a operação de perícia do acidente. Os trechos afetados foram o cruzamento da rua Capela com rua Propriá; cruzamento da rua Santa Luzia com rua Itaporanga; e da rua Lagarto com rua Maruim.
A delegada Daniela Lima, da Delegacia Especial de Delitos de Trânsito que preside o inquérito do acidente, acompanhou o trabalho dos peritos. Segundo ela, identificar a velocidade é um dos fatores para determinar as responsabilidades pelo acidente.
“É importante saber da velocidade porque os peritos analisam todos os fatores que foram preponderantes e de alguma forma foram necessários para produzir o resultado morte. A velocidade pode ou não ter contribuído para esse evento lamentável. Foi uma análise de responsabilidades, para que essa análise seja completa é necessário verificar a velocidade dos veículos”, ressalta a delegada, em entrevista a TV Atalaia.
O tacógrafo, equipamento utilizado para registrar graficamente a velocidade de um veículo, disco usado em veículos pesados, seria a peça chave para determinar a velocidade do ônibus, porém, não teria funcionado no dia do acidente. Por esta razão, a polícia empregou a metodologia de sobreposição de imagem para identificar a velocidade. A perícia irá reproduzir as imagens feitas pela mesma câmera de segurança que registrou o momento da colisão. Segundo os peritos, no local foi feito marcações de dois em dois metros até o trecho do acidente.
“Existe a possibilidade de um defeito no momento da alimentação ou de um defeito técnico no equipamento. A gravação não aconteceu no disco, então, a informação com relação à velocidade do ônibus ficou faltando para complementação das análises dos peritos que estiveram no momento do acidente fazendo o laudo. Felizmente, existe a técnica de sobreposição de imagens, como neste caso temos imagens do momento do acidente, foi possível aplicar essa metodologia hoje de manhã. A imagem é sobreposta a imagem do acidente para calcular a velocidade”, afirma Daniela.
Ainda não há previsão para conclusão do laudo pericial. Na próxima semana a polícia deve ouvir algumas testemunhas, mas segundo a delegada, devido a condição das vítimas que ainda estão em recuperação, não tem data prevista. “Algumas vítimas ainda estão em recuperação por conta disso foram ouvidas informalmente. Vamos ainda adiante fazer oitivas. Estamos iniciando os trabalhos”, conclui.
Uma das vítimas, o motorista do veículo de passeio, permanece internado no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Ele saiu da sedação ontem (4), o estado de saúde é grave, mas estável.