Renan distribui afagos a Temer e à bancada do PMDB
Às vésperas de uma reunião que pode retirá-lo da liderança do PMDB do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) distribui afagos a Michel Temer e à bancada do partido. Em discurso na tribuna nesta segunda-feira, 29, Renan poupou o governo de suas críticas recorrentes e preferiu cumprimentar o presidente.
“Cumprimento o presidente Michel Temer pela nomeação de um ministro da Justiça digno do nome, que pode exercer nesse momento difícil papel de interlocução na vida nacional”, afirmou em referência a recente nomeação de Torquato Jardim para a pasta da Justiça.
Renan também agradeceu a visita de Michel Temer ao seu Estado. “Agradeço ao presidente da República por sua ida a Alagoas num momento em que os alagoanos se desesperavam com a enchente. Acredito que a significativa visita terá um desdobramento satisfatório para corrigir injustiças contra o povo alagoano”, disse.
Reforma trabalhista
Desta vez, Renan preferiu demonstrar respeito pela proporção da bancada e afastar boatos de que tentaria dificultar a tramitação da reforma trabalhista. O posicionamento foi diferente na semana anterior, quando sinalizou que, com a prerrogativa de líder, poderia fazer modificações na composição dos peemedebistas na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde será votado o projeto.
“O resultado na CAE na semana anterior é o reflexo do que pensa a bancada. Na medida que você substitui, para um lado ou para o outro, você está desfazendo essa proporção”, argumentou em relação à apertada votação na comissão que autorizou a leitura do relatório da reforma trabalhista por 13 votos a 11. Dentre os peemedebistas, o placar foi de 3 a 2 a favor da leitura.
Afastamento
Na última quinta-feira, 14 dos 22 senadores do PMDB se reuniram para discutir a possibilidade de afastamento de Renan da liderança da bancada. Os parlamentares haviam se reunido mais cedo com o presidente Michel Temer, onde a questão também foi debatida.
Uma nova reunião ficou agendada para esta terça-feira, 30, às 15h. Renan preferiu minimizar o encontro e disse não ter receio da decisão da bancada. “A essa altura da minha vida, o que eu posso temer? Não temo nada. É fundamental que a bancada converse, estabeleça as diretrizes e as prioridades e decida o que quer fazer. A bancada, e não o governo”, alfinetou.
O peemedebista também disse que a reunião será um momento importante para a bancada decidir “que País deseja ajudar a construir”. Até então, o peemedebista vinha se posicionando contrariamente às reformas estruturantes do governo.