Moon Jae-In declara vitória em eleição para presidente na Coreia do Sul

O candidato liberal Moon Jae-In declarou vitória na eleição para presidente na Coreia do Sul nesta terça-feira (9).

“Construirei uma nova nação, uma grande Coreia. Serei com orgulho o presidente desse novo país”, disse Moon em um comício perante seus seguidores. Com mais da metade das urnas apuradas, Moon teve 6,35 milhões de votos (39,5% do total), 2 milhões a mais que seu principal rival, o conservador Hong Joon-pyo (26,3%).

Hong se limitou a dizer que “aceitava o resultado das eleições”, da mesma forma que o centrista Ahn Cheol-soo, que foi terceiro colocado, durante seus respectivos atos na jornada eleitoral, acompanhados pela agência local de notícias Yonhap.

Veterano da luta pelos Direitos Humanos e membro do Partido Democrático (centro-esquerda), Moon é favorável a uma aproximação com a Coreia do Norte e já vinha aparecendo como grande favorito das eleições.

Uma pesquisa de boca de urna divulgada na manhã desta terça mostrou que ele tinha 41,4% das intenções de voto, contra 23,3% de Hong Jun-pyo, 21,8% de Ahn Cheol Soo, 7,1% de Yoo Seung-min e 5,9% de Shim Sang-jung.

A vitória de Moon, de 64 anos, permite uma alternância à frente do país após 10 anos de reinado dos conservadores. Sua eleição pode significar uma importante mudança de política em relação a Pyongyang e ao aliado e protetor americano.

As eleições presidenciais da Coreia do Sul são celebradas após a destituição da presidente Park Geun-Hye por um escândalo de corrupção (entenda o caso). As seções eleitorais abriram nesta terça-feira (9) às 6h locais (18h de segunda-feira em Brasília)

A Comissão Eleitoral Nacional (NEC) anunciou que a participação foi a mais alta em 20 anos, com 77,2% de comparecimento às urnas.

Ameaça do Norte

O futuro presidente terá muito o que fazer, como combater a desaceleração do crescimento, as desigualdades, a alta do desemprego e o estancamento dos salários.

Mas o próximo ocupante da “Casa Azul”, a residência oficial da presidência, terá como principal desafio a ameaça da vizinha Coreia do Norte.

Em um momento em que alguns temem um sexto teste nuclear de Pyongyang, a tensão cresce devido ao caráter imprevisível do novo presidente americano, Donald Trump, que ameaça resolver a questão pela força.

A instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul para enfrentar a ameaça norte-coreana provocou irritação na China, e Trump deixou seus aliados perplexos ao pedir a Seul que pague uma fatura de US$ 1 bilhão pelo dispositivo.

Rompendo com a linha dura em relação a Pyongyang defendida por Park, Moon deverá propor uma aproximação menos conflitiva com a Coreia do Norte e uma emancipação da tutela americana.

Impeachment de Park

Em dezembro de 2016, um escândalo de corrpução levou a Assembleia Nacional a destituir a então presidente Park Geun-Hye, o que acabou com sua imunidade e abriu caminho para uma investigação.

Sua queda em desgraça começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas. A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.

O Tribunal Constitucional confirmou em 10 de março o impeachment.

Park foi presa no final de março, após um tribunal do distrito central de Seul emitir uma ordem de prisão por acusações de suborno, abuso de autoridade, coerção e vazamento de segredos governamentais após uma longa audiência.

Park é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.

Fonte: G1

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