2º turno na França terá 50 mil policiais após ataque hacker e alerta com festa

O segundo turno das eleições presidenciais da França já começou neste sábado (6) nos territórios ultramarinos e também para cidadãos franceses que estão no continente americano. Enquanto isso, na França, o clima é marcado pelas repercusões do ataque hacker que levou ao vazamento de milhares de documentos da campanha do candidato Emmanuel Macron e também pela preocupação com a segurança do país neste domingo, quando os franceses vão às urnas.

Mais de 50 mil policiais e gendarmes, agentes subordinados ao Ministério da Defesa francês, trabalharão na segurança. Eles também terão o apoio de 7 mil militares mobilizados para a operação antiterrorista Sentinelle e de guardas municipais.
De acordo com o Ministério do Interior, a mobilização será semelhante à feita no primeiro turno, em 23 de abril.

Na ocasião, nenhum incidente importante foi registrado. Mas a detenção de um homem radicalizado que pretendia atacar uma base militar na Normandia, nesta sexta-feira, colocou as forças de segurança em estado de alerta máximo.

Em Paris

Na capital francesa, os 896 colégios eleitorais serão vigiados por agentes municipais e seguranças particulares, das 7h às 23h (horário local), explicou o vice-prefeito de Paris, Bruno Julliard, à emissora “BFMTV”. Eles se somarão aos 12 mil policiais e militares mobilizados em Paris, sendo 5 mil dedicados integralmente a garantir a segurança das votações e a ordem pública.

A principal preocupação, no momento, é com as comemorações que podem ocorrer após os resultados. O local ainda não foi anunciado oficialmente, mas equipes de segurança também serão enviadas para lá.

O partido “En Marche!”, fundado pelo candidato social liberal Emmanuel Macron – que disputará o pleito com a ultradireitista Marine Le Pen -, denunciou neste sábado que um de seus escritórios em Lyon foi atacado na noite desta sexta-feira por militantes da extrema direita, que lançaram bombas de fumaça em seu interior.

De acordo com o jornal “Le Progrès”, 15 supostos integrantes da Gud – organização estudantil de extrema direita – invadiram o local, onde estavam quatro pessoas, jogaram bombas e espalharam folhetos com a imagem de Emmanuel Macron. Segundo a publicação, ninguém ficou ferido.

Informações hackeadas

Às vésperas da eleição, a França busca impedir que o vazamento de emails de campanha de Macron, líder da disputa presidencial, influencie o resultado da eleição. A Comissão Nacional de Controle da Campanha Presidencial da França (CNCCEP) alertou a imprensa, neste sábado, para não publicar documentos hackeados e lembrou que a divulgação de informações falsas pode ser uma infração criminal.

A equipe de Macron disse que uma invasão “maciça” havia baixado emails, documentos e informações de financiamento de campanhas online pouco antes do fim da campanha nesta sexta-feira, período em que os políticos são proibidos de se manifestar em público.

“Às vésperas das eleições mais importantes para as nossas instituições, a comissão convida todos os presentes nos sites da internet e nas redes sociais, principalmente os meios de comunicação, mas também todos os cidadãos, a mostrar responsabilidade e não transmitir esse conteúdo, para não distorcer a sinceridade da votação”, disse a comissão eleitoral francesa em um comunicado.

O “Le Monde”, um dos principais jornais franceses, anunciou que não vai publicar o conteúdo dos documentos antes do segundo turno da eleição. Em nota, o veículo afirma que a publicação desses documentos dois dias antes do segundo turno das eleições, horas antes do encerramento da campanha oficial, “visa claramente a perturbar o processo eleitoral em curso”.

O vazamento de dados surgiu em meio a pesquisas indicando que Macron estava a caminho de uma confortável vitória sobre a líder de extrema-direita Marine Le Pen na eleição de domingo, com os últimos levantamentos mostrando seu aumento de liderança.

A comissão, que supervisiona o processo eleitoral, disse depois de uma reunião de emergência marcada neste sábado que os dados foram obtidos de forma fraudulenta e podem ser misturados com informações falsas.

G1

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