Câmara de Palmeira: ânimos exaltados, mas pouca objetividade

Carlos Augusto Filho

Não que haja necessidade de discussões inflamadas, sem sentido, em Plenário de qualquer que sejam os ambientes do Poder Legislativo para que se isso se traduza em trabalho, é claro. Mas o início da atual Legislatura da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios tem sido realmente marcado por uma dose irritante de ingenuidade e inexperiência da grande maioria dos senhores parlamentares.

Acredito até, que depois das críticas populares e da própria Imprensa local, no tocante ao excesso de congratulações, parabéns e homenagens, entre os vereadores, onde se gastava um tempo precioso durante as sessões, eles devem ter se “tocado”, e aquela Casa de Leis, durante a reunião desta quarta-feira (03), pelo menos aparentemente, começa a dar alguns primeiros sinais de maturidade política, discutindo sobre assuntos de comprovado interesse da coletividade, apesar de ainda acontecerem embates ainda considerados bem amadores, como a já conhecida divergência entre os vereadores Ana Adelaide França (PMDB) e Madson Monteiro (PHS).

A peemedebista insiste em combater a prática de Monteiro em reivindicar, em uma única Indicação, quatro ou mais pedidos ao Executivo Municipal. “Vossa Excelência, todo dia pede uma coisa, logo depois pede outra e outra…”, defendendo a mesma que a prefeitura não possui condições para executar tais solicitações. Quando Madson Monteiro se defendeu, afirmando que tem feito uma verdadeira peregrinação em busca de recursos junto aos governos estadual e federal, a mesma, visivelmente irritada, afirmou que “já que o senhor tem deputados a quem recorrer buscando recursos, e eu não tenho, eu até lhe elogio, mas afirmo que essas verbas não são suas e serão sim do Município”.

Durante a longa discussão, sem previsão de chegada a nenhum denominador comum, o vereador respondeu em bom tom que “o mandato é meu e quem manda nele sou eu e o povo, que foi quem me concedeu esta cadeira; eu trabalho do jeito que achar mais correto. Se a população me reclama de qualquer deficiência, eu tenho o dever de tentar resolver”. Acho até que, sem outras palavras mais adequadas que pudesse utilizar, Adelaide chegou a afirmar que iria acabar por, ao final desse ano, aquela Casa de Leis, não ter mais reivindicações a apresentar, devido à pressa de seus colegas. Uma afirmação no mínimo infeliz. Visto que, as necessidades com que Palmeira dos Índios se depara a cada dia, nem dez mandatos seguidos tratariam de solucioná-las. A vereadora ainda sustentou que “aqui nesta Casa deve-se ter regras. Não é porque o povo pede, que nós temos que atender. Mas a minha voz aqui não é ouvida, nem pelos colegas, muito menos pelo presidente”, encerrou indignada Ana Adelaide.

Assim, continua ainda cambaleante o andar da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios em seus primeiros meses de atuação. Mas, cabe-nos continuar acreditando que os senhores vereadores creiam também na velha máxima que diz que “é apanhando que se aprende”. Vamos ver até onde chegará a paciência do povo.

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