China, Chile e Egito retiram veto da importação de carne brasileira
Pelo menos 3 países retiraram o veto total à importação da carne brasileira até este sábado (25). China, Chile e Egito disseram que vão reabrir os mercados para as carnes do Brasil, exceto para os 21 frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca. Anteriormente, os países tinham anunciado a suspensão para todas as empresas brasileiras.
A União Europeia manteve a restrição para a carne brasileira dos estabelecimentos citados na Operação Carne Fraca. A União Europeia tem um peso importante nas exportações de carnes do Brasil. O valor importado pelo bloco em 2016 foi de US$ 1,75 bilhão.
Na manhã deste sábado, o Ministério da Agricultura do Brasil confirmou a decisão da China por abrir o mercado para a carne exportada pelo Brasil (com exceção dos 21 frigoríficos investigados). Na nota, assinada pelo ministro Blairo Maggi, o governo brasileiro agradece o “gesto de confiança” dos chineses. A China é um dos principais importadores de carnes do Brasil. Em 2016, o Brasil comprou US$ 1,75 bilhão em carnes brasileiras.
O Chile também retirou o veto para importações de carnes brasileiras, mas manteve a suspensão para frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca. A medida foi adotada após a viagem ao Brasil de inspetores do serviço agrícola de pecuária chileno para verificar a condição sanitária dos principais frigoríficos que exportam carnes para o Chile.
Segundo informou ao G1 por e-mail o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o país já havia informando a embaixada na sexta-feira (24). A informação ainda foi confirmada por Gerson Camarotti, colunista do G1, e pelo ministério da agricultura brasileiro. Em 2016, o Chile importou US$ 441 milhões em carnes do Brasil.
O Egito também afirmou que vai retomar as importações de carnes brasileiras de estabelecimentos autorizados. As remessas estarão sujeitas a checagens no país de origem e também na chegada ao Egito. O país importou, em 2016, US$ 683 milhões em carnes do Brasil.
União Europeia
Na sexta-feira (24), a Comissão Europeia disse que a carne brasileira dos estabelecimentos citados na Operação Carne Fraca que está a caminho dos países da União Europeia será rejeitada e terá de retornar ao Brasil.
A Comissão Europeia informou também que enviará representantes para participar de reuniões e visitar unidades produtivas e avaliar se medidas restritivas serão necessárias. A organização ainda informou que fará auditorias no Brasil “assim que possível e não depois do meio de maio”.
O comissário europeu para saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, estará no Brasil entre segunda (27) e quarta-feira (29). Ele terá reuniões com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com ministro da Saúde, Ricardo Barros, e com o presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.
Restrições
Ao menos 22 países e a União Europeia anunciariam algum tipo de restrição à carne brasileira desde que a Polícia Federal realizou a operação Carne Fraca, que investiga um esquema de fraude na produção e comercialização de carne.
Alguns países suspenderam temporariamente a entrada da carne brasileira. Hong Kong, além de suspender a compra, ainda exigiu a retirada do produto do mercado local. Outros como Japão e África do Sul suspenderam apenas parcialmente as importações.
Entre os países que anunciaram restrições, os que possuem maior peso nas exportações de carnes do Brasil são China, União Europeia e Hong Kong, considerando o valor total que cada um comprou em produtos brasileiros em 2016.
Carne Fraca
Considerada a maior operação da Polícia Federal, quando se fala em números, a Carne Fraca soma 309 mandados, sendo 37 de prisão. Do total, 36 suspeitos foram presos e apenas um continua foragido. Veja quem são todos os alvos.
A PF aponta um esquema de fraude na produção e comercialização de carne. Além de corrupção envolvendo fiscais do Ministério da Agricultura e produtores, a investigação encontrou indícios de adulteração de produtos e venda de carne vencida e estragada. Das 21 fábricas investigadas, 18 ficam no Paraná.
Há ainda a suspeita de que partidos políticos tenham sido beneficiados com o pagamento de propina.