Ex-vereador, esposa e mais 9 são levados coercitivamente à PF em AL
O ex-vereador de São Miguel dos Campos Josivaldo de Oliveira Vieira, o Jó Clemente (PDT), a esposa dele, Esther Cavalcante Torres Vieira, e mais nove pessoas foram levados coercitivamente para prestar esclarecimentos à Polícia Federal na operação realizada nesta quinta-feira (23) em São Miguel dos Campos e União dos Palmares.
A ação foi batizada de Operação Buiú, e tem como objetivo combater um grupo criminoso envolvido em desvio de recursos públicos. Segundo o superintendente da PF em Alagoas, Bernardo Gonçalves, os investigados recebiam salário de nove funcionários “fantasmas” da Câmara de Vereadores de São Miguel, onde foram cumpridos mandados.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos investigados.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva. Segundo o delegado Fábio Maia, os policiais fizeram buscas em 11 locais. “Alguns dos alvos eram casados entre sí por isso foram onze locais de busca. E o objetivo foi localizar documentos indicativos de que essa fraude vinha acontecendo como nossas investigações levavam a crer”, falou.
as outras nove pessoas levadas para prestar esclarecimentos trabalham em empresas pertencentes ao casal ou a alguém da família deles.
“Essas pessoas eram colocadas como funcionários, mas não trabalhavam. Outra pessoa recebia o pagamento deles por meio dos cartões. Entre elas está uma que recebe Bolsa Família”, disse o delegado.
Os salários chegavam a R$ 6 mil, segundo o superintendente. As investigações se referem ao período de 2014 a 2016, e a estimativa inicial é de um prejuízo de mais de R$ 500 mil aos cofres públicos.
“Os recursos que o casal recebia eram de pagamento de funcionários que não trabalhavam e repassavam os cartões”, disse Maia.
Os policiais cumpriram mandados expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital na Câmara Municipal, residências e endereços comerciais.
Segundo a PF, as investigações começaram há três meses por meio de dados levantados pela Delegacia de Combate à Corrupção, da Superintendência Regional, que apontaram a existência do grupo criminoso.
O Ministério Público Estadual (MP-AL) informou que o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) auxiliou na operação dando suporte processual, emitindo parecer favorável aos mandados.
*Com agências