Palmeira: “Enfermeiro” da UPA passa receita irregular para bebê de 7 meses

Texto:

CARLOS ALBERTO JR.

Especial para o Estadão Alagoas

 

Um caso, no mínimo inusitado – para não tratar de outra forma -, chamou a atenção da população de Palmeira dos Índios na manhã desta terça-feira (7). De acordo com denúncia de familiares de um bebê com apenas sete meses, um enfermeiro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) teria prescrevido uma receita.

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Receita prescrevida pelo enfermeiro, segundo acusação do sargento Roberto Ferreira.

O sargento da Polícia Militar, Roberto Ferreira, informou à reportagem que o bebê é natural do Rio de Janeiro, onde mora com a família, e é sobrinho da sua esposa. Junta com a avó, a criança passa uns dias na cidade alagoana, no bairro Palmeira de Fora, onde todos residem.

Desde ontem, o bebê apresentava sinais de mal estar, como vômito, tosse, coriza e febre. “Na manhã de hoje fomos à UPA. Chegando lá, disseram que não tinha médico para atender o bebê e fomos orientados pelo Serviço Social a procurar a Unidade da Criança, na Praça das Casuarinas, porque o caso do bebê poderia ser atendido lá”, disse o tio.

Após isso, quando encontrou com a esposa, ela relatou que um enfermeiro “receitou” dois remédios não recomendados para bebês. Um deles, chamado Dipirona, é um medicamento indicado como analgésico (para dor) e antitérmico (para febre).

O outro remédio indicado é um xarope chamado Abrilar. De acordo a recomendação médica é para uso oral e pode ser usado por crianças, mas a partir de dois anos. A prescrição irregular ainda recomendou que fosse ingerido “bastante líquido”.

A “receita” foi entregue à tia do bebê num pedaço de papel, sem timbre, nome, assinatura ou carimbo. Revoltado, o militar tirou uma foto e divulgou o fato num aplicativo em troca de mensagens.

Chegando à Unidade da Criança, para surpresa dos familiares, uma enfermeira informou, de forma irônica, que seria necessário marcar a consulta para que a criança recebesse atendimento médico.

Já cansados e ainda mais indignados, os familiares resolveram procurar a Unidade Básica de Saúde do bairro Palmeira de Fora. Somente lá, foram atendidos por uma médica cubana que prestou todo o atendimento à criança que acabou sendo diagnosticada com início de pneumonia.

“Ela atendeu muito bem e explicou como tratar da criança, receitou um antibiótico e saímos de lá mais tranquilos. Enquanto isso, tivemos assistência zero na UPA e na Unidade da Criança. Ainda pensei em procurar o Ministério Público para fazer uma denúncia, mas achamos por bem cuidar da saúde do bebê”, falou.

A defesa da UPA

O coordenador da UPA de Palmeira dos Índios, Evandro Tavares, disse que recebeu a foto tirada pelo sargento da PM e divulgada nas redes sociais. “Não tem identificação, nome do enfermeiro. Nada comprova esse procedimento. Não podemos acusar nem nos defender, pois qualquer pessoa pode ter feito isso”, defendeu-se.

O gestor explicou que a UPA presta atendimentos de urgência e emergência e todos os casos passam por uma triagem para só, então, se for o caso serem encaminhados aos médicos especialistas. “No caso do bebê, não foi verificada a urgência para atendimento médico e a família foi orientada para procurar uma Unidade Básica de Saúde”, explicou.

Evandro Tavares foi além ao dizer que “todo resfriado é um início de pneumonia. O diagnóstico é dado pelo momento do atendimento. No caso de reclamações, qualquer pessoa pode procurar o Serviço de Atendimento ao Usuário [SAU]. Temos até 30 dias para apurar. Tudo é investigado aqui”, disse.

Sobre a queixa da família do bebê, o coordenador disse que está reunindo todos os enfermeiros da UPA para tratar sobre esses assuntos. “Estamos de portas abertas para a família. Queremos esclarecer essa situação, pois é a palavra de um paciente contra a de um funcionário que não existe, porque ainda não foi encontrado”, finalizou.

 

 

7 comentários sobre “Palmeira: “Enfermeiro” da UPA passa receita irregular para bebê de 7 meses

  1. Senhor prefeito vc está de parabéns pela sua atitude que o senhor tomo na UPA por conta desse atendimento,ano há passado passei um grande dizipero com minha irmã entoxicada com crisis forte,e a enfermeira Carol disse que era piti e fosse para o posto de saúde,em plena manhã de sábado,ela voltou mi pedido socorro e agente voltou lá ,mas a enfermeira negou antedimento, novamente, cheguei até briga mas meus assim não resolveu, então peguei ela é levei ao outro hospital cem diherio ,ela foi antetida rapidamente foi para o oxigênio e o médico disse sevese demorado mas ela tinha morido, tomou todos os remédios e ficou dois dias de observação , por isso estou contando esta história,a UPA esta precisando de enfermeiros compete e humilde, e com muita esperiencia, porque quem está sofrendo somos nós, e todos os enfermeiros são cem esperiencia,e cem humildade, por isso que o senhor está de parabéns .

  2. Prescrição…agora rabisco no papel é prescrição. Caro Jornalista, prescrição se inicia com a identificação do Paciente, em segundo lugar a via a ser administrada, depois o nome da medicação com sua apresentação (ml ou mg) a quantidade a ser oferecida e por fim, carimbada e assinada. Falar que um profissional prescreveu…Me poupe…isso é uma anotação que qualquer cidadão pode fazer! Sem mais!

  3. Que reportagem…falar que “Enfermeiro prcreveu” isso sim é um bilhete ou anotação que qualquer pode fazer. Receita se tem IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE, NOME DA MEDICAÇÃO COM APRESENTAÇÃO E DOSAGEM A SER OFERTADA e claro por fim, CARIMBO E ASSINATURA DO PROFISSIONAL QUE A RECEITOU. E a população nunca sabe distinguir um Enfermeiro de um técnico, basta vestir branco que já é ENFERMEIRO. Triste mas é verdade!

  4. Suponho que na UPA Palmeira Dos Índios assim como as demais unidades de pronto atendimento tenha médicos plantonistas todos os dias, então porque haveria nescessidade de um enfermeiro prescrever??????? Vamos procurar fatos ververídicos, para então fazer alguma reportagem. Quer dizer que todas as desgraças que acontecem na UPA Palmeira a culpa sempre é da enfermagem? E os erros médicos? Todos abafam??? A UPA palmeira dos índios precisa sim de uma reforma geral no quadro de profissionais. Pois existem um quadro que nao é em nada, comprometido com a população. Alí reina a falta de experiência e comprometimento com a sociedade Palmeirense! Acorda prefeito! Novos contratos na Upa com profissionais qualificados.

    1. Fico chocada cm esse tipo de comentário, pois se vc quer uma vaga na UPA, se qualifique e quando a seleção der início leve seu currículo… mas ñ fale do q vc ñ tem conhecimento. A UPA tem um excelente quadro de funcionários e inigualável gestão, nada fica sem solução por lá! Porém nem Deus agradou a todos.

  5. Com dito na reportagem, o enfermeiro pode e deve sim prescrever de acordo com os programas do ministério da saúde, tendo assim respaldo para tal! Quanto a receita não pode ser indicativa de um enfermeiro, vestisse de branco não significa ser enfermeiro! E como não existe evidências de identificação não pode ser apurado como correto !

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