Estudantes realizam experimento com rato e apresentam em Pernambuco

O que é motivação? Estudantes de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas da Unidade Palmeira dos Índios, comprovam por meio de experimento com um rato, que é possível ser cientista sem o aparato de laboratório com aparelhos sofisticados, apenas utilizando materiais de fácil acesso. Sob orientação e supervisão de Gérson Alves, analista do comportamento e professor desta Instituição.

Com o título “Ciência de fundo de quintal”, Diego Vieira, Emanuelle Sandrine, Mayara Barbosa, Thamyres Gomes e Thayane Rodrigues comprovaram a eficácia do experimento realizado inicialmente por B.F.Skinner, que levou a psicologia ao campo das ciências naturais e é hoje reconhecido como o psicólogo mais influente do século XX. O experimento foi realizado na cidade de Arapiraca, na casa de uma das pesquisadoras. Foi utilizado uma sala (14m2) com luminosidade, temperatura e sons controlados. Somente os pesquisadores estavam presentes no local do experimento com o objetivo de controlar ao máximo as variáveis ambientais que pudessem interferir no resultado do procedimento.

Foram utilizados como materiais: 1 caixa experimental adaptada, 1 caixa de armazenamento do sujeito,  5 computadores,  1 câmera digital, 1 tablet, 1 cronometro, papel e caneta. Além de cópias dos protocolos de registros e instruções escritas presentes no livro Princípios Básicos de Análise do Comportamento (Moreira e Medeiros, 2007).

Mayara Barbosa afirma que: “no experimento I tivemos dificuldade em controlá-lo, visto que as variáveis dependentes interferiram de forma significativa no resultado do experimento, visto que  foi possível descobrir que por questões evolutivas para garantir a sua sobrevivência, o sujeito (rato) desenvolveu aparatos favoráveis para que em uma situação de emergência pudessem suprir a ausência do alimento não disponível no ambiente. Além disso, a hibernação frequente, influenciou muito no desenvolvimento das etapas do experimento. Sendo assim, houve a necessidade de modificar o tipo de privação do rato, de alimento para água, nos possibilitando a ter ênfase no experimento, comprovando o quão forte esse tipo de privação influenciou no mesmo.

Frente a isso, privação de água funcionou como uma operação estabelecedora (motivação) que alterou o valor da água como reforçador. A luz funcionou como um SD, que passou a evocar respostas de passagem pela argola, dada a maior disponibilidade de água em sua presença. Na ausência da luz (S delta), o rato não passaria pela argola já que a água não esteve disponível nesta condição.

Graças a esta descoberta de Skinner, hoje (depois de estudos muitíssimos mais avançados) somos capazes de explicar (e modificar) uma vasta gama de padrões comportamentais de amebas, golfinhos, ratos, pombos, cachorros, humanos, e até já existem estudos com estes resultados em células neuronais. A psicologia comportamental é a que traz resultados mais rápidos na clínica e a cada dia é usada em novos ambientes (escolas, hospitais, organizações, etc). (Epaminondas, 2008)

Os estudantes apresentaram este experimento em Petrolina-PE, em um grandioso evento que teve a participação de Martha Hubner, presidente da ABAI (Association for behavior Analysis International). Ela que é a segunda presidente não-norteamericana da história.

 

SOBRE O EXPERIMENTO DE SKINNER

Skinner descobriu o condicionamento operante. Ele criou a “caixa de Skinner”, onde era colocado um rato privado de alimento. Naturalmente, o rato emitia vários comportamentos aleatoriamente e quando ele se aproximava de uma barrinha perto da parede, Skinner introduzia uma gota d’água na caixa através de um mecanismo e o rato a bebia. As próximas gotas eram apresentadas quando o rato se aproximava um pouco mais da barra. As outras quando o rato encostava o nariz na barra. Depois as patas. E assim em diante até que o rato estava pressionando a barra dezenas de vezes até saciar completamente sua sede. Foi observado que os comportamentos do rato que eram seguidos de um estímulo reforçador (a água) aumentavam de frequência, enquanto outros diminuiam. Igual a seleção natural onde as espécies mais adaptadas sobrevivem e as menos vão se tornando mais raras ou eventualmente desaparecem.

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