Peritos recolhem duas cabeças e outras partes de corpos em Alcaçuz
Peritos e necrotomistas do Instituto Técnico de Perícia (Itep) recolheram neste sábado (21), na Penitenciária de Alcaçuz, na Grande Natal, cinco partes de corpos de presos assassinados durante as rebeliões que aconteceram no fim de semana passado. De acordo com a direção do Instituto, em um mato próximo a um dos muros da unidade, foram encontradas duas cabeças, um antebraço, um braço e uma perna.
Neste sábado (21), três equipes de peritos foram acionadas e se deslocaram para Alcaçuz, onde a Polícia Militar realiza uma intervenção. A missão foi fazer busca de possíveis corpos em setores onde não há presos. Assim, não houve varredura nos pavilhões 1 e 5. No primeiro, ficaram isolados detentos que pertencem à facção Sindicato do RN. No outro, membros do PCC.
Um veículo da Companhia de Águas e Esgoto (Caern) foi levado para Alcaçuz para atuar no esvaziamento de fossas onde possivelmente presos teriam jogado corpos de rivais assassinados. O Itep disse que, dentro das fossas esgotadas, nada foi achado.
Também neste sábado, o Itep divulgou que 22 dos 26 corpos retirados de Alcaçuz após a matança ocorrida no fim de semana passado já foram identificados por meio de exame de papiloscopia, com a comparação de impressões digitais. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.
Os presos cujos corpos foram identificados são:
Jefferson Pedroza Cardozo
George Santos de Lima Júnior
Willian Anden Santos de Souza
Antônio Barbosa do Nascimento Neto
Carlos Clayton Paixão da Silva
Jonas Victor de Barros Nascimento
Marcos Aurélio Costa do Nascimento
Anderson Barbalho da Silva
Cícero Israel de Santana
Marlon Pietro da Silva Nascimento
Eduardo dos Reis
Jefferson Souza dos Santos
Felipe Rene Silva de Oliveira
Charmon Chagas da Silva
Diego Felipe Pereira da Silva
Anderson Mateus Félix dos Santos
Luiz Carlos da Costa
Tarcísio Bernardino da Silva
Francisco Adriano Morais dos Santos
Lenilson de Oliveira Melo Silva
Diego Melo de Ferreira
França Pereira do Nascimento.
A direção do Itep ainda não informou a previsão para identificação dos outros quatro corpos.
Muro
A Polícia Militar entrou na penitenciária por volta das 10h50 (horário de Brasília) para erguer um muro de contêineres. O objetivo é separar presos de duas facções que estão rebelados e se confrontando há oito dias dentro do presídio.
A barreira de contêineres, segundo o governo, é uma medida temporária até que um muro definitivo seja construído dividindo os pavilhões 1, 2 e 3 (ocupados por membros do Sindicato do RN) dos pavilhões 4 e 5 (dominados pelo PCC).
Participam da ação o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Batalhão de Choque (BPChoque) e Grupo de Operações Especiais (GOE). O helicóptero Potiguar 1, aeronave da Secretaria de Segurança Pública, também está sobrevoando Alcaçuz. No início da operação, os policiais chegaram a usar bomba de efeito moral para evitar qualquer reação dos presos.
Fonte: G1