Tensão! Turistas ficam 26 horas parados em montanha após desmoronamento
Um grupo de brasileiros passou uma série de apuros depois que um desmoronamento de pedras na província de Jujuy, na Argentina, impediu os quase 50 turistas de seguirem viagem. O caso aconteceu na terça-feira (10) e, em entrevista ao G1 pela internet, o organizador da excursão que saiu de Sorocaba (SP) diz que eles precisaram dividir água e comida por quase 26 horas. Os turistas conseguiram chegar em Arica, no Chile, neste sábado (14) depois de vários desvios por estradas de terra.
O grupo saiu de Sorocaba no dia 7 de janeiro com destino a Machu Picchu, no Peru. Apesar de a polícia da região ter ido ao local pouco tempo depois do desmoronamento, a Defesa Civil, os bombeiros e a brigada florestal demoraram a chegar, já que o trecho era de difícil acesso. Edvaldo do Carmo conta que 33 dos 48 passageiros são de Sorocaba.
“Estávamos subindo as cordilheiras até a montanha de Sete Cores quando fomos impedidos de passar, pois a correnteza de lama já tinha invadido a pista. Na volta paramos em uma pequena feira de artesanato, mas 20 minutos depois tocou a buzina de alerta.” O ônibus com os turistas desceu cerca de dois quilômetros para escapar da tragédia. “Fomos surpreendidos pela outra barreira e com uma enxurrada de lama e pedras rolando das montanhas”, afirma Edvaldo.
Em fotos e vídeos postados em uma rede social é possível ter a dimensão da avalanche. Retroescavadeiras foram usadas para abrir caminho e um veículo foi destruído em meio às pedras. Jornais da Argentina divulgaram que a avalanche deixou mais de 1 mil moradores desabrigados, alguns feridos, e causou a morte de um casal que estava em um caminhão. Um bombeiro também era considerado desaparecido depois de ser arrastado pela enxurrada.
Espera por socorro
Enquanto esperavam a chegada das autoridades para ajudar no resgate, os turistas precisaram dividir o pouco de água e comida que tinham no ônibus. O organizador do passeio disse que mais outros cinco ônibus e vários carros ficaram parados no local também impedidos de seguir viagem.”Passamos a noite dentro do ônibus com medo de novos desmoronamentos”, conta Edvaldo.
Na manhã de quarta-feira (11) a Defesa Civil e o Exército chegaram e deram assistência aos turistas mais velhos, porém a prioridade eram os moradores do vilarejo que estavam desabrigados. Edvaldo afirma que as autoridades liberaram a passagem para os pedestres que quisessem ir caminhando por 10 quilômetros até o vilarejo na companhia de um guia local. “Tinha muita neblina e fazia oito graus”, afirma Edvaldo.
Ele conta ainda que o governo liberou ônibus para levar os turistas ao hotel enquanto o restante do grupo foi levado pelo Exército até Jujuy, onde esperaram mais quatro horas até a estrada ser liberada. “Foi um alívio e agradecimento de milagre recebido, saímos a tempo do local quando a sirene tocou, mas ficamos no meio da tragédia”, afirma Edvaldo. A previsão de retorno ao Brasil é no dia 28 deste mês.