“A denunciada Thayse, após os golpes desferidos pelos comparsas, aproximou-se da vítima e, com uma faca peixeira, começou a esquartejar Geraldo, cortando as orelhas; pênis (o qual posteriormente colocou na boca da vítima); língua; nariz; e abdômen. Todos esses atos foram realizados enquanto Geraldo ainda encontrava-se vivo. Em seguida, Thayse abriu o tórax da vítima, utilizando a faca peixeira e arrancou-lhe o coração”. O relato que choca que faz parte da denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) contra Thayse Nascimento Duarte, Romário dos Santos Silva, Ubirajara da Silva Santos, Brimax Silva Lisboa e Eduardo Fernandes dos Santos, todos acusados de assinar Geraldo dos Santos, há dois meses, no município de Girau do Ponciano, no Agreste do Estado. O crime chocou os alagoanos em função da crueldade com que foi praticado.
“Foi um crime que assustou, tamanha a sua crueldade. Agora, a partir da denúncia, os acusados serão processados e será buscada a pena devida para eles”, comentou o promotor de Justiça.
Os detalhes
De acordo com a ação, todos os acusados tinham o hábito de fazer uso de revólveres, munições e armas brancas, a exemplo de facões e facas peixeira, além de possuírem envolvimento com o tráfico de drogas. E, para o cometimento do assassinato, teriam recebido ‘ordem’ de um preso conhecido pelo apelido de ‘Celebridade’, que seria integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) e se encontra custodiado no sistema penitenciário alagoano. “’Celebridade, membro do PCC, entrou em contato com sua namorada Thayse (traficante de drogas e garota de programa), ora denunciada, residente em Arapiraca, encomendando a morte da vítima Geraldo dos Santos (46 anos). A denunciada, então, partindo da determinação advinda de ‘Celebridade’, engendrou o plano da morte de Geraldo, juntamente com os denunciados Ubirajara, Eduardo, Romário, Brimax e uma menor (14 anos)”, explica a denúncia.
Segundo Kléber Valadares, Thayse Nascimento Duarte conseguiu convencer os demais comparsas de que Geraldo teria sido o autor de um crime de estupro e duplo homicídio praticado contra duas crianças, lá mesmo, em Girau do Ponciano e, exatamente por esse motivo, teria que ser assassinado. E, ao aceitarem organizar a morte da vítima, todos envolvidos se dirigiram, na tarde do dia 12 de outubro, à residência de Geraldo. “Na ocasião, a adolescente arrombou a porta da residência da vítima, amassando o ferrolho e dando acesso aos demais comparsas, os quais restringiram a liberdade de Geraldo, que se encontrava nu. Em seguida, os denunciados constrangeram-o a adentrar no porta-malas do veículo mencionado, sob violência e forte ameaça. Ato contínuo, os denunciados deslocaram-se para a localidade de ‘Folha Miúdos’, onde pararam o automóvel e retiraram a vítima do interior do carro. De pronto, o denunciado Ubirajara amarrou as mãos de Geraldo e, na sequência dos atos, deferiu-lhe golpes com faca e pedaço de madeira. O denunciado Eduardo, por sua vez, foi responsável por desferir paulada contra a vítima, inclusive no momento em que esta ainda se encontrava no porta-malas do veículo. Quanto a Romário, consta que este desferiu, no mínimo, 03 (três) golpes de faca nas costas de Geraldo, bem como uma coronhada contra a cabeça deste”, relata o texto da ação penal.
A crueldade de Thayse
Para a Promotoria de Girau do Ponciano, dentre todos os assassinatos, Thayse Nascimento Duarte foi a que apontou mais frieza e perversidade ao matar a vítima. “Ademais, a denunciada Thayse, após os golpes desferidos pelos comparsas, aproximou-se da vítima e, com uma faca peixeira, começou a esquartejar Geraldo, cortando as orelhas; pênis (o qual posteriormente colocou na boca da vítima); língua; nariz; e abdômen. Todos esses atos foram realizados enquanto Geraldo ainda encontrava-se vivo. Em seguida, THAYSE abriu o tórax da vítima, utilizando a faca peixeira e arrancou-lhe o coração (o qual posteriormente colocou sobre a mão de Geraldo). Após, Thayse utilizou a faca peixeira para decepar a cabeça da vítima, momento em que a menor que filmava, em um aparelho celular, toda a cena criminosa, apoderou-se de outra faca para auxiliar no esquartejamento. Logo que confirmada a morte da vítima, o grupo criminoso evadiu-se”, detalha a denúncia.
A responsabilidade de Brimax no crime se deu em função de ele ter sido o responsável por fornecer informações detalhadas acerca do endereço de Geraldo dos Santos, bem como os horários mais comuns em que a vítima ficava em casa e saía para trabalhar. Ele também participou da orquestração do homicídio.
Os crimes apontados pelo MPE/AL
Na denúncia feita pelo Ministério Público, Thayse Nascimento Duarte, Romário dos Santos Silva, Ubirajara da Silva Santos, Brimax Silva Lisboa e Eduardo Fernandes dos Santos incorreram nas sanções punitivas de homicídio triplamente qualificado pelo motivo torpe – encomenda/vingança; pela tortura/meio cruel; e pelo recurso que dificultou a defesa da vítima (ela estava amarrada). Eles também foram enquadrados como grupo de extermínio e associação criminosa armada e que envolve adolescente.