Arthur Maia é sepultado sob aplausos e canto de “vamos, vamos, Chape”
O corpo do alagoano Arthur Maia foi sepultado na noite deste domingo (04), no cemitério Parque das Flores. Centenas de pessoas, entre familiares e amigos, se despediram do jogador da Chapecoense sob aplausos e canto de “vamos, vamos, Chape”.
O corpo chegou às 12h20 no Aeroporto e saiu em cortejo no carro do Corpo de Bombeiros diretamente para o Parque das Flores. O velório foi aberto ao público até às 17h. Após esse horário, somente a família e amigos fizeram parte do sepultamento.
Roberto Maia, pai do jogador, falou que a chegada do corpo foi o momento muito difícil para a família. Ele ainda falou da solidariedade que as famílias das vítimas vêm recebendo do mundo todo, e da homenagem no estádio Atanasio Girardot, em Medellín. “A gente vê o que a Colômbia mostrou ao mundo que, ‘a humanidade tem jeito’. Tomara que esse exemplo seja seguido e fique para sempre”, salientou.
Carreira
O alagoano Arthur atuava como meio-campista e estava emprestado pelo clube baiano Vitória ao catarinense “Chape”, como é chamado carinhosamente por sua fervorosa torcida. O atleta era fruto das categorias de base do Vitória e foi descoberto pelo núcleo do rubro-negro baiano em Maceió. Seguiu para Salvador após ser aprovado nos testes, com apenas dez anos de idade, onde passou a morar nas dependências do clube. Em 2015, Arthur Maia foi emprestado ao Flamengo até o fim da temporada, com o propósito de, aos 22 anos, ajudar o time rubro-negro. Em seguida, retornou para o Vitória e foi emprestado para a Chapecoense.
Sonhos
Nas redes sociais a noiva do jogador, Fernanda Abreu revelou que o casal estava de casamento marcado para o dia 10 de dezembro.
“Mais um dia sem dormir… Mais um dia sem você aqui meu amor… Mais um dia sem a minha força para começar o meu dia maravilhosamente bem, mais um dia que eu olho meu celular e vejo que não é um sonho… Mais um dia com o coração apertado… Mais um dia que me falta ar… Me falta vida…. Me falta você”, desabafou.
Ainda em outras publicações, Fernanda contou que o pedido de casamento aconteceu dia 10 de junho, inclusive que a lua de mel seria em Cancun. Na mais recente homenagem, a noiva do meia publicou a última mensagem que o jogador a enviou.
Solidariedade
A queda do avião que levava a Chapecoense para a tão sonhada disputa da final da Copa Sul-Americana gerou comoção no mundo inteiro. Mas além do Brasil, um outro país em especial acolheu a dor da tragédia como se fosse dele também.
“A tragédia nos converteu em uma só torcida, em uma só voz”, disse a repórter esportiva da TV colombiana RCN e apresentadora do Notícias RCN, Melissa Martinez.
O esporte mais popular do mundo faz com que a gente se dê conta de que devemos permanecer unidos. Que devemos viver em alegria e que devemos deixar de lado a mesquinharia ou esse ódio de torcidas rivais. A tragédia nos converteu em uma só torcida, em uma só voz. E a Colômbia, deixou um exemplo claríssimo de união, de afeto. Para o mundo, foi uma perda terrível.
Um misto de perplexidade, dor, saudade, consternação, comoção e solidariedade tomou conta do mundo inteiro desde a manhã da última terça-feira, 29, quando o maior acidente aéreo de todos os tempos envolvendo uma equipe esportiva aconteceu.
Esses sentimentos, em particular marcaram, muito fortemente o Brasil e a cidade catarinense de Chapecó, terra do time que teve quase toda a sua delegação morta por esse trágico desastre. E na manhã deste sábado, tudo isso se avolumou e se tornou ainda mais triste quando os cinquenta caixões dos componentes da equipe da Associação Chapecoense de Futebol, a “Chape”, chegaram à Arena Condá, estádio do Clube.
Os colombianos homenagearam na partida do voo para o Brasil com os corpos dos jornalistas e integrantes da Chapecoense. Veja abaixo: